terça-feira, 10 de março de 2009

COMENTÁRIO DO BLOGUEIRO DA SELVA

Nestes tempos de PIB negativo está ficando cada dia mais difícil o meu acesso à internet. As obrigações profissionais avolumam-se e o tempo reduz para o prazer de postar aos amigos e, principalmente, de ler os meus excepcionais colegas blogueiros. E como tem blog que é fantástico de se ler. Tenho procurado alternativas e mudanças de rotina, mas lamentavelmente ainda não descobri o famigerado caminho das Índias. Claro que estou referindo-me às Índias do Oceano Índico (antigo Mar das Índias), pois o caminho das índias daqui da floresta amazônica, nesse eu sou muito bem tratado.

De qualquer maneira, não ficarei afastado do meu blog e dos meus amigos. Irei buscar uma solução, nem que seja do outro mundo, e continuarei participando destes excelentes encontros que mantemos e no qual aprendemos bastante. Caso algum dos meus quase dois leitores tenham alguma idéia de como incluir mais horas no meu dia, agradeço antecipadamente as indicações.

domingo, 1 de março de 2009

PAUL KRUGMAN - LIVRO NOVO NO MERCADO

Aproveitei alguns dias em férias e li quase de um vez o último livro do Paul Krugmam: "A crise de 2008 e a economia da depressão". Com prefácio do Economista André Lara Resende, seu colega de doutorado no MIT, repito o que ele escreveu nesse prefácio à edição brasileira: o livro é muito bom.

O Nobel de Economia 2008 Paul Krugmam mostra como a incapacidade dos reguladores de acompanhar os avanços de um sistema financeiro cada vez mais fora de controle predispôs os Estados Unidos e todo o mundo a afundar na mais grave crise financeira desde a década de 1930.

Para concluir, o autor afirma acreditar que vivemos numa nova era de economia da depressão e que John Maynard Keynes é hoje mais importante do que nunca. E para o meu prazer cita a minha frase econômica preferida desde que iniciei a minha graduação: "NÃO HÁ ALMOÇO DE GRAÇA", conforme nos lembrou Milton Friedman.

Altamente recomendável a leitura do livro nesta época de tantos eventos inesperados.

LIVROS DE ECONOMIA NA REDE

Como é bom retornar a ler os blogs dos colegas da área. Cada qual à sua maneira buscam informar e levar o conhecimento da Economia, da melhor maneira possível, a um universo maior de leitores. Por exemplo, no blog do Josué Jonas de Lima http://economiapoliticabrasil.blogspot.com/ o leitor consegue acesso para download da excelente coleção "Os Economistas", que vai lá de Adam Smith à W. Stanley Jevon.

DA SÉRIE "TEXTO DE QUEM ESCREVE BEM"

Este blog é a minha casa na internet e quando leio um texto que, discordando ou não, considero inteligente, tenho o prazer de divulgar integralmente aos meus leitores, sem link para facilitar o acesso. Com vocês, artigo de GUSTAVO FRANCO na Folha de S. Paulo de hoje, comentando sobre os 15 anos do Plano Real.

PLANO REAL, 15

ONTEM, dia 28 de fevereiro de 2009, completamos 15 anos da publicação da medida provisória nº 434, que introduziu a URV (Unidade Real de Valor), uma formidável inovação que assumiu a forma de segunda moeda nacional, porém, como uma moeda apenas de conta - ou "para servir exclusivamente como padrão de valor monetário".

Em seu artigo 2º, a MP 434 já determinava que, quando a URV fosse emitida em forma de cédulas - e assim passasse a servir para pagamentos -, o cruzeiro real seria extinto e a URV teria seu nome mudado para real. A URV, portanto, era o real, que nasceu naquele momento e, quatro meses depois, em 1º de julho, teve a sua graduação bem-sucedida quando as novas cédulas e moedas do real foram colocadas em circulação.

Na época, dizia-se que o Plano Real, diferentemente dos outros planos econômicos, era um processo e que compreendia uma extensa agenda de ações contemplando os chamados fundamentos econômicos da estabilização e do desenvolvimento. Era uma linguagem inovadora para uma época em que as pessoas ainda acreditavam em milagres. Essa agenda era o cerne do programa. A passagem do tempo e a alternância no poder só tornaram mais claro que estávamos adotando paradigmas já bem assentados no tocante à disciplina monetária, à responsabilidade fiscal e à sustentabilidade financeira do Estado.

Não eram princípios tão polêmicos como a crítica da época fazia supor que fossem e, possivelmente, alguns de seus desdobramentos mais importantes naquelas difíceis circunstâncias - como a privatização, a reforma na Previdência e o Proer - poderiam ter passado mais tranquilamente, sobretudo se a oposição soubesse que governaria a seguir e que desfrutaria dos benefícios desses programas.

Mas a política é o reino das versões retorcidas, uma das quais - a tese da "herança maldita"- seguramente merece o Oscar no quesito efeitos especiais maliciosos e na categoria ingratidão. O fato é que, quando a oposição efetivamente virou governo, em 2002, e nada mudou nas linhas básicas dos princípios e programas acima enunciados, ficou claro que tínhamos experimentado uma espécie de convergência no plano das políticas macroeconômicas. Na verdade, esse foi o grande enredo do décimo aniversário em 2004: tínhamos uma moeda digna desse nome sem que isso se transformasse em evento partidário.

Aos 15 anos, tudo isso é ainda mais verdadeiro - e confuso. Permanece ainda mais desafiador um sofisma de autoria que pode ser descrito nos seguintes termos: o PT construiu uma versão falsa do que foi a coisa, que o partido atacou e depois, ao herdá-la, "consertou" para o que é hoje e, assim, toma a obra como sua. Já o PSDB gagueja ao reafirmar que a coisa era o que realmente era - e que era sua - e era o que é hoje, pois, ao defender o que é seu, alinha-se ao que o PT hoje tem como seu. Complexo, não?

Mais complexo é atinar para o seguinte: se os governos são difíceis de serem diferenciados quando se trata de princípios macroeconômicos básicos, se o Banco Central e o Tesouro não são cargos partidários, onde está, afinal, a diferença? Agora que já estamos aquecendo os motores para a sucessão do presidente Lula, essas perguntas se tornam mais pertinentes. E as respostas precisam começar com as circunstâncias, que, na política, são tudo ou 80% de tudo.

Os governos bons acabam sendo do tamanho dos desafios que enfrentam, exceto quando ganham na loteria e praticam o surfe. É claro que o surfe é popular, basta olhar à nossa volta, na vizinhança latina, e ver as flores da bolha internacional, a plêiade de fanfarrões e populistas torrando o que poderia ser a oportunidade de um salto qualitativo. Felizmente, não é o nosso caso.

A despeito de alguns pecadilhos, é bastante claro o compromisso do presidente Lula nos terrenos da disciplina monetária, da responsabilidade fiscal e da sustentabilidade financeira do Estado. Uma expressão operacional desse compromisso - a "tríade" que compreende metas de inflação, câmbio flutuante e superávit primário- vinha e vem sendo adotada à risca desde que foi introduzida em 1999 no contexto do acordo com o FMI.

É claro que Lula, como FHC, tem prioridades adicionais no campo social, mas ambos aprenderam que nenhuma política social terá efetividade se produzir, simultaneamente, um imposto sobre o pobre na forma de inflação. É fato que, até agora, estamos nos saindo relativamente bem na crise, mas não devemos perder de vista que isso tem pouco a ver com o PAC ou com o Fundo Soberano do Brasil: tem a ver com o fato de termos seguido políticas ortodoxas e reformas gerais e setoriais, com destaque para o Proer, que vem melhorando nossos fundamentos há 15 anos.

Essa consistência, nada comum na nossa história recente, vale celebrar sem preconceitos.

GUSTAVO FRANCO , economista e empresário, doutor em economia pela Universidade de Harvard (EUA), é sócio e diretor da Rio Branco Investimentos e professor do Departamento de Economia da PUC-RJ. Foi diretor de assuntos internacionais (1993-1997) e presidente do Banco Central do Brasil (1997-1999).

DOMINGO - 1º DE MARÇO DE 2009

Como é bom ler citações que nos levam a viajar pela vida. Neste reinício, deixo ao meus quase dois leitores (espero que não tenham esquecido deste blog), cinco especiais para hoje:

- "O SENTIDO DA VIDA É QUE ELA ACABA" de Franz Kafka - escritor tcheco.

- "VIU MUITO QUEM HÁ MUITO VIVE" de Johann Wolfgang von Goethe - poeta e dramaturgo alemão.

- "MELHOR MORRER DE VODCA DO QUE DE TÉDIO" de Vladimir Maiakovski - poeta russo.

- "NADA É TÃO DIFÍCIL QUANTO NÃO SE ENGANAR A SI PRÓPRIO" de Ludwing Wittgenstein - filósofo inglês.

- "POR MAIS PARADOXAL QUE PAREÇA, A VERDADE É QUE A VIDA IMITA MAIS A ARTE DO QUE A ARTE IMITA A VIDA" de Oscar Wilde, escritor, poeta e dramaturgo irlandês.

RETORNO - ANO NOVO DEPOIS DO CARNAVAL

Retornei ao trabalho na quarta-feira de Cinzas, porém por motivos variados não foi possível postar antes. Vejamos: que bom reiniciar meu blog no dia 1º de março de 2009, data na qual a cidade do Rio de Janeiro completa 444 anos. PARABÉNS minha cidade maravilhosa. Como estamos no Brasil, após o Carnaval, agora de verdade o ano de 2009 começa. E lá vem a Economia e todos os desdobramentos que, se em épocas normais são complexos, agora com uma crise chegando a uns 41º de febre, resulta em preocupação mundial.

É isso mesmo: com crise ou sem, vamos é trabalhar para mudar e fazer um ótimo 2009. Para recordar das férias, uma foto de uma das cidades onde estive.

sábado, 31 de janeiro de 2009

NOTA À IMPRENSA - COMUNICADO - 2009

Hoje, 31/01/2009 é o fim do primeiro mês deste conturbado ano de 2009. A partir de amanhã, fevereiro, este blog completa um ano de criação e esta engatinhando entre blogueiros que já estão no PhD. Por alguns meses deixamos de postar por absoluta falta de tempo, mas reavaliamos a situação e conseguimos, de certa maneira, mantê-lo atualizado dentro do possível.

Foi um período muito proveitoso, tivemos acesso a muitas informações econômicas importantes, aprendemos e conhecemos diversos colegas que são verdadeiros Doutores em Economia, além de excelentes pessoas.

No entanto, de hoje até meados do Carnaval/2009, este blog estará em recesso constitucional, cumprindo fielmente o que determina a legislação. Nesse período, pretendemos ir do Oceano Atlântico ao Oceano Pacífico, numa viagem que somente deve acontecer em épocas de crise. Afinal, não é durante as crises que surgem as melhores soluções? Quem sabe, após o retorno, tenhamos encontrado a solução para a crise.

Até breve,

João Melo, direto da floresta amazônica.

Nota: Na verdade, esse ser humano na canoa na foto acima, não sou eu. Ou será que é? De qualquer maneira, a princípio, a viagem não será realizada utilizando uma canoa.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

ECONOMIA TAMBÉM É HUMOR

Esta eu pesquei no blog http://outrafacedamoeda.wordpress.com/ do colega Renato Byrro:

"Devido à quebra de bancos, queda nas bolsas, cortes no orçamento, crise nos combustíveis e pelo racionamento mundial de energia, informamos que a famosa luz no fim do túnel será desligada.”

Mas, afinal, quem "a pagará" a última conta de luz?

DIRETO DE DAVOS - DOIS LADOS NO MESMO LADO

Li hoje na Folha de S. Paulo, a coluna do CLÓVIS ROSSI "O capitalista e o comunista" e recomendo aos meus quase dos leitores, pela visão entre dois conceitos tão diferentes.

DAVOS - Pode-se acusar George Soros de tudo ou de quase tudo, menos de não saber ganhar dinheiro. Mesmo sabendo, é o único grande capitalista que tem feito críticas sólidas ao capitalismo.

Sua análise sobre a presente crise é irrebatível nesse aspecto. Começa por dizer que a decantada eficiência do mercado "foi desmentida", assim como foi desmentida a tese de que os mercados, deixados por sua conta, "tendem ao equilíbrio". Na verdade, Soros usou o verbo "desproved", que, em português, seria "não provado/a", mas fica esquisito, não é?O megainvestidor lembra, de novo com toda a razão, que não foi um "choque exógeno" que levou aos "distúrbios" no sistema financeiro.

Ou seja, os "distúrbios" nasceram no próprio sistema financeiro e acabaram por levá-lo ao "colapso", sempre na análise de Soros. Ele se recusa a fazer previsões sobre o tamanho e o tempo de duração da recessão provocada pelos "distúrbios" (ou "colapso", você escolhe). Diz que não é importante.Ou que de fato importante seria reconstruir o sistema que entrou em colapso, o que exige uma fantástica, quase incalculável, injeção de dinheiro para capitalizar os bancos em coma. De onde virá o dinheiro? Óbvio: de papai-Estado, o único que tem recursos para fazê-lo, nem que seja preciso imprimi-lo.

Soros também defende o que a maioria de seus pares rejeita: a regulação do sistema financeiro. Não que acredite na capacidade de o Estado fazer direito as coisas. Mas "tem que fazê-lo, mesmo que tenda ao erro, porque, se errar, o mercado reage e permite corrigir o erro", que no caso seria de calibragem da regulação.Prefiro Soros a um suposto comunista, o premiê chinês Wen Jiabao, que só ontem se lembrou de que, ao reler os dois clássicos de Adam Smith, encontrara apenas uma única menção à justiça social.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

FÓRUM SOCIAL MUNDIAL - BELÉM 2009

Estou aqui neste momento no interior da floresta ou selva amazônica, imerso em como colaborar com BARACK OBAMA na reconstrução mundial, quando penso em Belém e no Fórum Social Mundial que lá está acontecendo em sua 9ª edição.

Interessante, mas muito interessante como se vestem grande número de participantes desse evento. Também estranho a necessidade da distribuição, pelo governo do estado do Pará, de 600.000 camisinhas aos cerca de 20.000 jovens que irão participar de atividades "extras". Além de atrapalhar o trânsito e perturbar o sossego de moradores, quanto é gasto com um fórum que bem poderia ser utilizado em determinadas escolas ou hospitais públicos/maternidades?

Gostaria muito de ler sobre os resultados, as propostas, as sugestões dos milhares de participantes do FSM que efetivamente produzam ou agreguem algo na solução dos diversos problemas que o mundo hoje enfrenta. Afinal, qual o resultado que o FSM apresentará ao mundo? Qual a alternativa ao capitalismo que possa ser imediatamente implantada? O que festejam os participantes do Fórum? Afinal, parece-me que todos estão a favor do meio ambiente e contrários a riqueza, porém, na hospedagem, sempre preferem um cinco estrelas...

sábado, 24 de janeiro de 2009

DA SÉRIE "TEXTO DE QUEM ESCREVE BEM"

SE até o Nobel PAUL KRUGMAN está considerando-se PERDIDO neste início de 2009, nesta crise que a cada dia aparece com uma notícia ruim, imagine nós, aprendizes na arte da Economia, procurando o ponto de equilíbrio para solucionar esta situação.

Com vocês, um GRANDE MESTRE, direto do The New York Times, já colando sua forte crítica nas costas do poderoso BARACK OBAMA. Trata-se de mais um texto inteligente, com uma argumentação que traz a todos uma preocupação com o estado REAL da Economia, além de procurar resumir todo o quadro atual. Uma excelente leitura para os meus dois quase leitores. O final do texto é dramático, porém é o mundo no qual vivemos hoje.

Krugman: perdido na confusão Como qualquer pessoa que presta atenção nas notícias financeiras e de negócios, eu encontro-me em um estado de alta ansiedade econômica. E, como qualquer indivíduo de boa vontade, eu esperava que o discurso de posse do presidente Barack Obama restaurasse um pouco da confiança e indicasse que o governo tem controle sobre o problema.

Mas não foi isso o que ocorreu. Terminei a terça-feira menos confiante do que me encontrava pela manhã em relação ao rumo da política econômica.

Apenas para esclarecer, não havia nada de escandalosamente errado com o discurso - embora para aqueles que ainda esperam que Obama seja o líder que criará um serviço universal de saúde, foi desapontador o fato de ele ter falado apenas do custo excessivo dos serviços médicos e de não ter mencionado uma vez sequer o sofrimento dos que não têm plano de saúde nenhum ou dos que têm planos cuja cobertura é insuficiente.

Além disso, era de se esperar que os redatores do discurso apresentassem algo mais inspirador do que um apelo por uma "era de responsabilidade" - que, sem querer ser muito detalhista, foi o mesmo que George W. Bush pediu oito anos atrás.

Mas o que me desagradou sobremaneira em relação ao discurso, no que se refere à questão econômica, foi a sua convencionalidade. Em resposta a uma crise econômica sem precedentes - ou, para ser mais preciso, uma crise cujo único precedente real foi a Grande Depressão -, Obama fez aquilo que os indivíduos de Washington fazem quando querem parecer sérios: ele falou, de forma mais ou menos abstrata, sobre a necessidade de fazer escolhas difíceis e enfrentar os interesses especiais.

Isso não é suficiente. Na verdade, não é sequer correto.

Assim, no seu discurso, Obama atribuiu a crise econômica em parte ao "nosso fracasso coletivo no que se refere a fazer escolhas difíceis e preparar a nação para uma nova era" - mas eu não faço a menor ideia do que ele quis dizer com isso. Esta é, acima de tudo, uma crise provocada por uma indústria financeira descontrolada. E, se nós não conseguimos controlar essa indústria, não foi porque os norte-americanos recusaram-se "coletivamente" a fazer escolhas difíceis; o povo norte-americano não fazia a menor ideia do que estava se passando, e a maioria das pessoas que sabiam o que se passava acreditava que a desregulação era uma excelente ideia.

Ou, observem esta declaração de Obama: "Os nossos trabalhadores não são menos produtivos do que eram quando a crise começou. As nossas mentes não são menos criativas, os nossos produtos e serviços não são menos necessários do que eram na semana passada, no mês passado ou no ano passado. A nossa capacidade não diminuiu. Mas a nossa época de resistir às mudanças, de proteger interesses estreitos e de descartar decisões desagradáveis - essa época sem dúvida passou".

É quase certo que a primeira parte desse trecho do discurso teve como objetivo parafrasear as palavras escritas por John Maynard Keynes quando o mundo mergulhava na Grande Depressão - e foi um grande alívio, após décadas de denúncias automáticas contra o governo, ouvir um novo presidente fazer um elogio a Keynes.

"Os recursos da natureza e os instrumentos do ser humano continuam exatamente tão férteis e produtivos quanto eram. O ritmo do nosso progresso na tarefa de resolver os problemas materiais da vida não é menos rápido. Somos tão capazes quanto antes de proporcionar a todos um alto padrão de vida... Mas atualmente nos envolvemos em uma confusão colossal, tendo cometido um erro grave no controle de uma máquina delicada, cujo funcionamento não entendemos".

Mas algo perdeu-se na tradução. Tanto Obama quanto Keynes afirmam que nós estamos fracassando na tarefa de usarmos a nossa capacidade econômica. Mas a percepção de Keynes - de que estamos imersos em uma "confusão" que precisa ser consertada - foi de alguma forma substituída pela mensagem padronizada do tipo "a culpa é nossa, sejamos mais rigorosos com nós mesmos".

Lembrem-se de que Herbert Hoover não tinha problemas quanto a tomar decisões desagradáveis: ele teve a coragem e a firmeza para reduzir os gastos e aumentar os impostos diante da Grande Depressão. Infelizmente, isso só fez com que as coisas piorassem.

Mesmo assim, um discurso é apenas um discurso. Os membros da equipe econômica de Obama sem dúvida entendem a natureza extraordinária da bagunça em que estamos metidos. Portanto, o tom do discurso da terça-feira pode não significar nada em relação à futura política do governo Obama.

Por outro lado, Obama é, conforme disse o seu antecessor, a pessoa que decide. E ele terá que tomar algumas grandes decisões muito em breve. Para ser mais específico, ele terá que decidir o grau de ousadia das suas medidas para sustentar o sistema financeiro, cujo cenário deteriorou-se tão drasticamente que uma quantidade surpreendente de economistas, nem todos eles particularmente liberais, afirma agora que uma nacionalização temporária de alguns dos maiores bancos será necessária para que se resolva a crise.

E, então, Obama está pronto para isso? Ou as banalidades do seu discurso de posse foram um sinal de que ele esperará até que o saber convencional alcance o patamar dos acontecimentos? Se for este o caso, o governo dele estará perigosamente atrasado em relação aos fatos.

E nós não desejamos ver a nova equipe em tal situação. A cada semana a crise piora e a sua solução fica mais difícil. Se não contarmos logo com ações drásticas, poderemos nos ver atolados nesta confusão por um período bem longo.

ECONOMIA AMERICANA - AFTER BUSH

Esta charge está SENSACIONAL e somente poderia sair da pena de meu conterrâneo, o famoso cearense SINFRÔNIO.

Desde os meus tempos de Fortaleza e do meu jornal O POVO, Mestre Sinfrônio brilhava diariamente com suas figuras. Direto dos meus colegas de blogosfera Daniel Simões e David Sacramento, http://academiaeconomica.blogspot.com/ cada um tire suas próprias conclusões.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

20/01/2009 - UM ESPECIAL DIA NO MUNDO

Como não poderia deixar de ser, hoje, dia de São Sebastião, Padroeiro de uma das cidades mais lindas do mundo, o nosso Rio de Janeiro, é o dia da posse de BARACK OBAMA como Presidente dos Estados Unidos da América. Este blog, direto da selva amazônica, deseja de todo o coração e com muita esperança, votos de muito sucesso para seu governo. E que os anjos digam AMÉM. GOD bless the United States of America.

Para sintetizar a data, transcrevo abaixo o editorial de hoje da FOLHA DE S.PAULO: A PROMESSA OBAMA:

A posse de Barack Obama como 44º presidente dos Estados Unidos constitui evento histórico cuja magnitude não se pode atenuar. Não só um político negro alcança o posto de governante mais poderoso do mundo, fato inédito a atestar a vitalidade daquela democracia, como o faz envolto em uma aura de otimismo que contrasta, frontalmente, com o panorama à sua volta.

No plano doméstico, como no internacional, grassa uma das maiores crises da economia moderna. Na política externa, às guerras inacabadas do Afeganistão e do Iraque se soma agora a chaga reaberta do conflito israelo-palestino. A China, potência em ascensão, se tornou a terceira maior economia mundial, ultrapassando a Alemanha. Não faltam desafios para Obama.

A esperança, noção vaga o bastante para servir de base ao discurso de propaganda eleitoral, inexoravelmente se converte em expectativas determinadas, com grande potencial para gerar frustração. Em nenhuma outra esfera essa ameaça é mais aguda do que na economia americana.

Desde a eleição do candidato democrata, a situação só fez deteriorar-se: taxa de desemprego a 7,2%, a pior em 16 anos, queda de 0,5% do PIB no quarto trimestre, vendas no varejo despencando 9,6% em dezembro, contra o mesmo mês de 2007.

Mesmo os poucos grandes bancos de varejo que pareciam resistir à debacle deslanchada em setembro começam a vacilar. O Bank of America, maior instituição daquele país, precisou ser socorrido com US$ 117,2 bilhões, entre injeção de capital e garantia de perdas. O terceiro no ranking, Citigroup, anunciou a própria partição em duas unidades, para garantir a sobrevivência.

Espectros similares rondam portentosos empregadores, como a General Motors. O presidente eleito, contudo, prometeu criar 3 milhões a 4 milhões de vagas. Ficaria com o prestígio devastado se principiasse sua administração com a quebra de um desses gigantes e a avalanche de desemprego que desataria.

Se dependesse só do novo presidente, ele assinaria as medidas do programa econômico já no dia de hoje. Mas Obama não conseguiu arrastar o Congresso, apesar da maioria democrata, na onda da expectativa popular. A aprovação das medidas pode demorar um mês ainda.

Espera-se também que Obama anuncie de pronto o cumprimento de outra promessa eleitoral, o fechamento da base em Guantánamo. O símbolo da perversão das liberdades e garantias individuais que a nação norte-americana tanto fez para consagrar como condição do Estado de Direito, porém, pode perdurar meses. Antes de esvaziar suas celas, há que encontrar solução e destino para centenas de prisioneiros até agora mantidos no limbo jurídico da base.

A atmosfera de confiança e esperança que cerca Obama em sua posse lhe garantirá um período de graça incomum. O porte e a multiplicidade dos desafios que o aguardam, entretanto, acumulam potencial para erodi-las com velocidade.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

EMPREGO: ESTADOS UNIDOS X BRASIL

Direto do Blog do Noblat http://oglobo.globo.com/pais/noblat/, o post abaixo traz um resultado, se já esperado, porém muito preocupante. Será que os problemas de lá irão acabar sobrando para o lado de cá?

A marolinha custou ao país só em dezembro a extinção de 654.946 empregos com carteira assinada.

No mesmo mês, nos Estados Unidos, a crise econômica acabou com 525 mil empregos.

sábado, 17 de janeiro de 2009

CARTA DE KRUGMAN A DEAR MR. PRESIDENT OBAMA

Com relação ao artigo do Paul Krugman no post abaixo, vide a carta que ele escreveu ao futuro Presidente Barack Obama, publicada na Rolling Stone e comentada no blog http://economistsview.typepad.com/economistsview/.

ESTE BLOG ESTA TOP NA TROPPO DO O LIBERAL

Meu muito obrigado a minha colega de blogosfera jornalista Rejane Barros pela citação do nosso blog em sua famosa coluna na revista TROPPO do O LIBERAL.

Leitor semanal de sua excelente coluna, onde ficamos atualizados com o que acontece de melhor em Belém, a Rejane tem agora a sua coluna virtual no http://colunadarejane.blogspot.com/ onde também brilha em seus posts.

Valeu Rejane.

A RESPONSABILIDADE DE BUSH NA VISÃO DE KRUGMAN

Nosso Nobel de Economia Paul Krugman publicou em sua coluna de 16/01/2009 no The New York Times o texto abaixo, cujo título original é "FORGIVE AND FORGET?" Não recordo de ter lido um texto tão seguro e forte da necessidade de responsabilizar BUSH pela inúmeras falhas que cometeu nos últimos oito anos. Porém, que pena: a política de lá tem algumas semelhanças com a de cá. Leiam e confirmem.

No domingo passado, foi perguntado ao presidente eleito Barack Obama se ele pediria uma investigação dos possíveis crimes cometidos pelo governo Bush. "Eu não acredito que ninguém esteja acima da lei", ele respondeu, mas "precisamos olhar para a frente em vez de olhar para trás".

Sinto muito, mas se não fizermos uma sindicância sobre o que aconteceu durante os anos Bush - e quase todo mundo entendeu os comentários de Obama como significando que não faremos - isso significa que aqueles que detêm o poder realmente estão acima da lei porque não enfrentarão qualquer conseqüência caso abusem de seu poder.

Vamos deixar claro sobre o que estamos falando aqui. Não se trata apenas de tortura e grampos ilegais, cujos perpetradores alegam, por mais implausível que seja, que eram patriotas agindo no interesse da segurança da nação. O fato é que os abusos do governo Bush se estendem da política ambiental aos direitos de voto. E a maioria dos abusos envolveu o uso do poder do governo para recompensar políticos amigos e punir políticos inimigos.

O processo de contratação no Judiciário era semelhante ao processo de contratação durante a ocupação do Iraque - uma ocupação cujo sucesso supostamente era essencial para a segurança nacional - no qual os candidatos eram julgados segundo sua posição política, sua lealdade pessoal ao presidente Bush e, segundo alguns relatos, sobre sua posição na questão do aborto, em vez de sua capacidade de realizar seu trabalho.

Falando sobre o Iraque, não vamos esquecer que o país fracassou na reconstrução: o governo Bush entregou bilhões de dólares em contratos sem licitação para empresas com conexões políticas, empresas que não cumpriram o contrato. E por que deveriam se preocupar em fazer seu trabalho? Qualquer funcionário do governo que tentasse auditar, digamos, a Halliburton, rapidamente via sua carreira descarrilar.

Há muito, muito mais. Segundo minha contagem, pelo menos seis importantes agências do governo passaram por grandes escândalos nos últimos oito anos - na maioria dos casos, escândalos que nunca foram apropriadamente investigados. E há o maior escândalo de todos: alguma pessoa seriamente duvida que o governo Bush enganou deliberadamente a nação para invadir o Iraque?Por que, então, não devemos ter uma investigação oficial dos abusos durante os anos Bush?

Uma resposta que você ouvirá é que buscar a verdade causaria divisão, que exacerbaria o partidarismo. Mas se o partidarismo é tão terrível, não deveria haver alguma pena para a politização pelo governo Bush de cada aspecto do governo?

Por outro lado, nos dizem que não devemos nos concentrar nos abusos do passado, porque não os repetiremos. Mas nenhuma figura importante do governo Bush, ou entre os aliados políticos do governo, expressou remorso por infringir a lei. Quem garante que eles ou seus herdeiros políticos não farão o mesmo de novo, caso tenham a chance?

Na verdade, nós já vimos esse filme. Durante os anos Reagan, os conspiradores do caso Irã -Contras violaram a Constituição em nome da segurança nacional. Mas o primeiro presidente Bush perdoou a maioria dos malfeitores, e quando a Casa Branca finalmente mudou de mãos, o establishment político e a mídia deram a Bill Clinton o mesmo conselho que estão dando a Obama: deixe os escândalos de lado. Então o segundo governo Bush retomou exatamente de onde os conspiradores do Irã - Contras pararam -o que não causa surpresa quando você tem em mente que Bush de fato contratou alguns desses conspiradores.

Mas é verdade que uma investigação séria dos abusos da era Bush tornariam Washington um local desconfortável, tanto para aqueles que abusaram do poder quanto para aqueles que lhes possibilitaram ou defenderam. E estas pessoas têm muitos amigos. Mas o preço de proteger o conforto delas seria alto: se ignorarmos os abusos dos últimos oito anos, nós garantiremos que eles acontecerão de novo.

Enquanto isso, a respeito de Obama: apesar de provavelmente ser de seu interesse político a curto prazo perdoar e esquecer, na próxima semana ele jurará "preservar, proteger e defender a Constituição dos Estados Unidos". Este não é um juramento condicional para ser honrado apenas quando for conveniente.

E para proteger e defender a Constituição, um presidente deve fazer mais do que obedecer a própria Constituição; ele deve fazer com que aqueles que violam a Constituição respondam por isso. Então Obama deve reconsiderar sua aparente decisão de deixar o governo anterior escapar impune de seus crimes. Conseqüências a parte, esta não é uma decisão que ele tem o direito de tomar.

FHC NO EL PAÍS E UMA MERECIDA RESPOSTA

Fernando Henrique Cardoso foi entrevistado em 16/01/2009 pelo excelente jornal espanhol El País e gostaria de compartilhar com meus quase dois leitores duas respostas dele ao jornalista Javier Lafuente:

Pregunta: Barack Obama ha prometido una nueva página en la relación con Latinoamérica. ¿Qué tiene que cambiar? Respuesta: El asunto no es tanto América Latina; el asunto es el mundo. Mientras Estados Unidos no se dé cuenta de que hay que compartir las decisiones y no imponerlas, no tendrá quien lo escuche con simpatía. Obama es negro; eso supone una transformación del espíritu norteamericano y quizás una sensibilidad mayor para entender que el mundo es desigual. Ha sido positivo que nombrara a Hillary Clinton secretaria de Estado. Creo que puede ayudarlo en esta visión más diversificada del mundo.

P. Lula ha dicho que Brasil está mejor que cuando usted dejó la presidencia. R. Tiene razón. Pero es natural. A él le tocó una coyuntura económica positiva de 2003 en adelante. Y tuvo la sabiduría de no haber cambiado. Puede que haya defraudado a sus seguidores, pero para Brasil fue bueno que lo hiciera. El país progresa desde hace tiempo, y el progreso es acumulativo.

Esta segunda questão é uma bela resposta para quem faz tudo pelo Brasil desde 1500...

A DEPRESSÃO DE 1929 E A REAÇÃO DE UM LÍDER

O dia 29 de Outubro de 1929 ficou para sempre registrado como a "Terça-feira Negra", quando o índice Dow Jones despencou 40 pontos e fechou o dia em 230. O ano de 1929 também ficou para sempre conhecido como o ano da Grande Depressão, do crash e durante os anos seguintes de 1930, 1931, 1932 as grandes indústrias americanas sofreram desvalorizações de até 90% no mercado de ações. Mas chegou, finalmente, o ano de 1933.

No ano de 1933 Franklin Delano Roosevelt substituiu Herbert Hoover na presidência dos Estadas Unidos com a depressão chegando ao fundo do poço. Para completar, Adolf Hitler assumia o governo na Alemanha. Nesse momento temos que recordar as palavras do FDR:

"ESTA GRANDE NAÇÃO IRÁ RESISTIR, COMO JÁ RESISTIU, IRÁ REVIVER E PROSPERAR. PORTANTO, ANTES DE QUALQUER OUTRA COISA, PERMITAM QUE EU ASSEVERE A MINHA FIRME CONVICÇÃO DE QUE A ÚNICA COISA A TEMER É O PRÓPRIO MEDO - O TERROR SEM NOME, IRRACIONAL, INJUSTIFICADO, QUE PARALIZA OS ESFORÇOS NECESSÁRIOS PARA TRANSFORMAR O RETROCESSO EM AVANÇO... O POVO DOS ESTADOS UNIDOS NÃO FRAQUEJOU. NA SUA NECESSIDADE, DEIXOU REGISTRADO EM PLEITO DE AÇÃO DIRETA, VIGOROSA. EXIGIU DISCIPLINA E RUMO COM LIDERANÇA."

Nada mais do que isso é esperamos de BARACK OBAMA no próximo dia 20/01/2009. É a história se repetindo: economia em crise e guerra ao mesmo tempo. Torcemos que a experiência de 1929 traga resultados em 2009 - 80 anos depois.

PAULO FRANCIS E O CAPITALISMO

Em 04/06/1988, Paulo Francis escreveu na Folha de S. Paulo que "NÃO HÁ PAÍSES RICOS NÃO DEMOCRÁTICOS." Mais de 20 anos depois a frase continua atual e verdadeira.

Entretanto, quando na mesma Folha, em 03/06/1989 ele escreveu que "O QUE FAZ A RIQUEZA DOS PAÍSES É A GANÂNCIA. OS EMPRESÁRIOS QUEREM LUCRO E, QUANDO O OBTÊM, CRIAM UMA SÉRIE DE COMBINAÇÕES NA SOCIEDADE, SUSCITAM UMA ATIVIDADE ECONÔMICA QUE ACABA ENRIQUECENDO O PAÍS COMO UM TODO." Pena que dessa vez o inteligente intelectual Paulo Francis não acertou toda a frase. Como diz o meu colega de blogosfera Celso Rocha de Barros no seu http://napraticaateoriaeoutra.org: na prática a teoria é outra.

20 anos depois, se vivo estivesse, ele estaria vendo uma crise financeira global, resultado da ganância de alguns no mercado imobiliário e financeiro, aliado com a complacência da ineficiente fiscalização do poder do Estado. Francis, seu entendimento estava quase certo. Faltou apenas acertar com os "jogadores".

EM 2009 ELES CONTINUAM CONOSCO

Indiferente de ser conservador, radical ou liberal, três grandes economistas estão sempre presentes hoje em nossas vidas: ADAM SMITH (1723-1790) - KARL MARX (1818-1883) e JOHN MAYNARD KEYNES (1883-1946). Por essas coincidências da vida KEYNES nasceu no ano que MARX morreu.

SMITH, o pai de nossa Economia, é o economista da famosa Mão Invisível, que opunha-se a intervenção do governo, tendo como filosofia o laissez-faire.

MARX, o revolucionário barbudo, de todos eles, foi o mais notável analista da dinâmica capitalista. Enxergava no mercado uma força poderosa de acumulação de capital e riqueza e na história uma contínua luta de classes sociais.

KEYNES, um homem muito rico e com ações adiante do seu tempo, demonstrou que nao existia no mercado um sistema de autocorreção para manter o capitalismo em crescimento. Para ele, o estímulo deveria partir do governo.

Autores de três excepcionais obras-primas da literatura mundial, A Riqueza das Nações - O Capital - Teoria Geral do Emprego, dos Juros e da Moeda, cada qual, à sua maneira, conseguiram moldar o mundo por todo o sempre. Que seus espíritos consigam iluminar os atuais colegas para que em 2009 o mundo - com o sistema capitalista predominante - consiga trazer crescimento e bem-estar para todos.

UM VENCEDOR DE CRISES AINDA ATUAL

Nesta época de tanta notícia ruim - guerras e crises econômicas -, nada como relembrar da frase de um grande homem que, em sua época, conseguiu realmente mudar os caminhos da história. Que OBAMA consiga, pelo menos, alcançar parte do que ele foi capaz. Yes, We Can.

Com vocês, de SIR WINSTON CHURCHILL - British Prime Minister - (1874 - 1965):

"The pessimist sees difficulty in every opportunity. The optimist sees the opportunity in every difficulty."

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

ECONOMIA TAMBÉM É COM SIR ELTON JOHN

Diferente de outros posts, o de hoje tem seus motivos especiais. Por uma questão de economia e não ECONOMIA, não estarei entre os fãs de Sir Elton John nos shows que ele realiza agora em São Paulo e Rio de Janeiro. Em 1995 já tive o prazer de assistir em São Paulo sua extraordinária performance, quando da turnê Made in England, um show inesquecível. Terceiro artista mais importante da história do pop, dono de título de nobreza, 200 milhões de discos vendidos. Se hoje, aos 61 anos, Elton John está longe do melhor momento de sua carreira, ele ainda conserva um certo magnetismo e a velha pompa. Em 2008, em lista elaborada pela revista americana "Billboard", sir Elton John aparece como o terceiro artista mais importante do pop -atrás de Beatles e Madonna..

Como também não fui convidado pelo Banco Cruzeiro do Sul para assistir um show para poucos e bons ontem em São Paulo, na fantástica Sala São Paulo, deixo para a minha colega de blogosfera Barbara Gancia http://www.barbaragancia.com.br/, que esteve lá, relatar abaixo um show fantástico:

Minha noite de ontem foi de glória celestial. Tive o privilégio de assistir ao show de Sir Reginald Kenneth Dwight, na Sala São Paulo, a convite do Banco Cruzeiro do Sul.

Vários roqueiros de renome estavam na platéia, como o heavy metal José Serra, o aerosmith Gilberto Kassab, o funkeiro Sérgio Cabral, o metaleiro ACM Neto, a banshee Ellen Gracie, o rapper Paulo Skaf, a família Jackson Ermírio de Moraes e a família Osbourne Camargo (leia-se Camargo Corrêa).

Apesar de serem todos roqueiros de longa data e de terem aplaudido Sir Reggie com vontade, a turma não mexeu as ancas. Ficou todo mundo sentadinho feito boneco Playmobil.

Não quero estragar a festa de quem vai ao Anhembi no sábado e no domingo. Digo apenas que o rocket man toca todos, repito TODOS, os hits da carreira dele.

De “Tiny Dancer” a “Bennie and the Jets”, passando por “Yellow Brick Road”, “Daniel”, “Crocodile Rock” e “Skyline Pigeon”. Nem “Sorry Seems to be The Hardest Word” fica de fora. Acompanhado por guitarra, baixo, teclado e percussão, ele demonstra estar em grande forma (agora que parou com a manguaça) e nem se incomodou pelo fato de a platéia ser meio blasé. Bem, para quem está acostumado à família real britânica, isso não deve ter sido lá um grande problema.

Antes do “grand finale”, ele se despediu dizendo: “Quero dizer que foi um privilégio tocar nesta sala maravilhosa e começar o ano no Brasil, que é um dos países mais fantásticos do mundo”.

A cereja do bolo ficou por conta da minha volta para casa. Tinha programado voltar de táxi, mas meu blogueiro predileto, Reinaldo Azevedo http://veja.abril.com.br/blogs/reinaldo/ , mais dona Reinalda, insistiram em me dar carona. Morra de inveja, doce internauta!

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

UM DIA NA CRISE - 14/01/2009

É rara uma leitura hoje em dia de algum texto que transmita otimismo com relação ao ambiente econômico que estamos passando. O mundo espera e torce pela posse de Obama como um divisor que resultará no retorno dos Estados Unidos ao crescimento e, por extensão, no resto do mundo. Mas os textos continuam muito pessimistas.

No Financial Times, Martin Wolf considera o plano de Obama inadequado e incompleto. Em seu blog, Nouriel Roubini comenta sobre a primeira recessão econômica global. E para o meu desconforto, porém já esperado, Bresser-Pereira, na Folha de S. Paulo comenta que os neoclássicos, com a arrogância dos seus modelos matemáticos, são em parte responsáveis pela gravidade da crise.

Tudo isso num dia no qual a Bovespa fecha em baixa de 3,95%, o dólar comercial sobe para R$ 2,346 e a taxa do risco-país vai para os 462 pontos. No front externo o Federal Reserve advertiu que a economia americana piorou ainda mais nos últimso dois meses de 2008, o banco alemão Deutsche Bank informou um prejuízo de 3,9 bilhões de euros (US$ 5,187 bilhões) em 2008, ante lucro recorde de 6,5 bilhões de euros (US$ 8,645 bilhões) de 2007, enquanto a americana Alcoa reportou um prejuízo de US$ 1,19 bilhão de outubro a dezembro de 2008.

Ainda bem que amanhã será OUTRO DIA.

domingo, 11 de janeiro de 2009

A CRISE E O VERDADEIRO CAPITALISMO

Para quem ainda acha que a CULPA da atual crise econômica é exclusivamente do CAPITALISMO, recomendo um artigo do Professor Bruce Scott, da Escola de Administração da Universidade de Harvard, que li na VEJA da edição de 31/12/2008. Abaixo um breve trecho do excelente artigo "Capitalismo não existe sem governo."

"O capitalismo não pode ser culpado pelo que aconteceu. A culpa deve ser atribuída aos ideólogos que o entenderam mal, acreditando que o equilíbrio do mercado equivale ao interesse público, por definição. Na verdade, ele equivale ao interesse dos banqueiros e especuladores que, nas palavras de Martin Wolf, colunista do Financial Times, conseguiram 'privatizar os lucros e socializar os prejuízos' e com isso ajudaram a desacreditar o capitalismo no mundo todo."

Ele recomenda como uma definição precisa do que é CAPITALISMO, a que o Professor Thomas McCraw escreveu no livro Creating Modern Capitalism: "Em seus elementos mínimos, uma sociedade capitalista é organizada em torno de uma economia de mercado que enfatiza a propriedade privada, a oportunidade empresarial, a inovação tecnológica, a inviolabilidade dos contratos, o pagamento de salários em dinheiro e a disponibilidade de créditos."

DA SÉRIE "TEXTO DE QUEM ESCREVE BEM"

Neste final de semana, escolhi como o meu texto favorito, um artigo do PAUL KRUGMAN, nosso Nobel de Economia em 2008 e colunista do The New York Times, com o sugestivo título "COMBATENDO A DEPRESSÃO."
Boa leitura aos meu quase dois leitores e uma boa semana. Sem crises.
"Se não agirmos de forma rápida e ousada", declarou o presidente eleito Barack Obama em seu mais recente discurso semanal, "nós poderemos ver uma retração econômica mais profunda que poderia levar a um desemprego de dois dígitos". Se você me perguntar, ele estava atenuando o caso.
O fato é que os recentes números econômicos são assustadores, não apenas nos Estados Unidos, mas ao redor do mundo. O setor manufatureiro, em particular, está despencando em toda parte. Os bancos não estão emprestando, as empresas e os consumidores não estão gastando. Não vamos medir palavras: isto se parece muito com o início da segunda Grande Depressão.
Logo, nós agiremos "de forma rápida e ousada" o suficiente para impedir que isso aconteça? Nós descobriremos em breve.
Nós não deveríamos nos ver nesta situação. Por muitos anos a maioria dos economistas acreditava que impedir outra Grande Depressão seria fácil. Em 2003, Robert Lucas, da Universidade de Chicago, declarou que o "problema central na prevenção à depressão foi resolvido, para todos os fins práticos, e foi resolvido na verdade há muitas décadas".
Milton Friedman, em particular, persuadiu muitos economistas de que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) poderia ter detido a Depressão simplesmente fornecendo aos bancos mais liquidez, o que teria impedido a queda acentuada na oferta de dinheiro. Ben Bernanke, o presidente do Fed, famosamente pediu desculpas a Friedman em nome de sua instituição: "Você está certo. Nós erramos. Nós sentimos muito. Mas graças a você, não erraremos de novo".
Na verdade, entretanto, impedir depressões não é tão fácil. Sob a liderança de Bernanke, o Fed tem fornecido liquidez como uma equipe do corpo de bombeiros tentando apagar um incêndio e a oferta de dinheiro está aumentando rapidamente. Todavia o crédito permanece escasso e a economia ainda está em queda livre.
A alegação de Friedman de que a política monetária poderia ter impedido a Grande Depressão foi uma tentativa de refutar a análise de John Maynard Keynes, que argumentava que a política monetária é ineficaz sob as condições de depressão e que a política fiscal - gastos deficitários em grande escala pelo governo - é necessária para combater o desemprego em massa. O fracasso da política monetária na crise atual mostra que Keynes acertou na primeira. E o pensamento keynesiano está por trás dos planos de Obama de resgatar a economia.
Mas esses planos podem ser difíceis de vender.
O noticiário diz que os democratas esperam aprovar um plano econômico com amplo apoio bipartidário. Boa sorte para eles.
Na verdade, a dissimulação política já começou, com os líderes republicanos erguendo bloqueios à legislação de estímulo ao mesmo tempo em que posam como campeões da deliberação legislativa cuidadosa - o que é engraçado considerando o comportamento de seu partido nos últimos oito anos.
De forma mais ampla, após décadas declarando que o governo é o problema, não a solução, sem contar o desprezo à economia keynesiana e ao New Deal, a maioria dos republicanos não vai aceitar a necessidade de uma solução de grandes gastos, tipo Franklin Delano Roosevelt, para a crise econômica.
O maior problema diante do plano de Obama, entretanto, provavelmente será a exigência por muitos políticos de provas de que os benefícios dos gastos públicos propostos justificam seus custos - um ônus de prova nunca imposto às propostas de redução de impostos.Este é um problema com o qual Keynes estava familiarizado: dar dinheiro, ele apontou, tende a ser recebido com menos objeções do que os planos de investimento público, "que, por não serem um desperdício total, tendem a ser julgados segundo princípios rigidamente 'comerciais'". O que se perde nessas discussões é o argumento-chave para o estímulo econômico - o de que sob as condições atuais, um aumento dos gastos públicos empregaria americanos que caso contrário estariam desempregados e dinheiro que caso contrário estaria ocioso, colocando ambos para trabalhar produzindo algo útil.
Tudo isso me deixa preocupado a respeito das perspectivas do plano de Obama. Eu estou certo que o Congresso aprovará o plano de estímulo, mas temo que o plano será adiado e/ou reduzido. E Obama está certo: nós realmente precisamos de uma ação rápida e ousada.
Este é o meu cenário de pesadelo: o Congresso leva meses para aprovar um plano de estímulo, e a legislação que surge ao final é cautelosa demais. Como resultado, a economia despenca por grande parte de 2009 e, quando o plano finalmente começa a entrar em vigor, ele é suficiente apenas para desacelerar a queda, não impedi-la. Enquanto isso, a deflação se estabelece, enquanto empresas e consumidores começam a basear seus planos de gastos na expectativa de uma economia permanentemente deprimida - bem, você consegue ver onde isso vai parar.
Logo, este é o nosso momento da verdade. Nós faremos de fato o necessário para impedir a Segunda Grande Depressão?

O STÁLIN DE NIEMEYER É OUTRO

Li na FOLHA artigo de OSCAR NIEMEYER, cujo início transcrevo abaixo:

"Estou no Rio, em meu apartamento em Ipanema, alheio à agitação que hoje, 31 de dezembro, afeta toda a cidade. Recebo, pelo telefone, o abraço de fim de ano de meu amigo Renato Guimarães, lembrando-me, com entusiasmo, do livro sobre Stálin que, meses atrás, lhe emprestei. Uma obra fantástica do historiador inglês Simon Sebag Montefiore, sobre a juventude de Stálin, que tem alcançado enorme sucesso na Europa, reabilitando a figura do grande líder soviético, tão deturpada e injustamente combatida pelo mundo capitalista."

Stálin, O Pai dos Pobres, um inocente injustiçado pelo capitalismo? É demais. Preciso reler todos os livros que li sobre esse pobre rapaz.

A LÓGICA DO CISNE NEGRO

Gostei de ler "A lógica do Cisne Negro - O impacto do altamente improvável" do libanês Nassin Nicholas Taleb. Meu colega de blog Márcio Laurini já tinha bem comentado sobre o assunto em seu http://raciocioniosespurios.blogspot.com/ e realmente merece a leitura nestes tempos de crises e de férias (para alguns, of course.)

Alguns trechos confirmaram algumas idéias que tenho, enquanto outros aguçaram meus sentidos para localizar o verdadeiro Cisne Negro em qualquer situação. Para o autor, a noção de resultados assimétricos é a idéia central do livro. Escreve ele que: NUNCA CONHECEREI O DESCONHECIDO POIS, POR DEFINIÇÃO, ELE É DESCONHECIDO. NO ENTANTO, SEMPRE POSSO TENTAR ADIVINHAR COMO ELE IRÁ ME AFETAR, E DEVO BASEAR MINHAS DECISÕES EM TORNO DISSO. A IDÉIA DE QUE PARA QUE SE TOME UMA DECISÃO SEJA NECESSÁRIO SE CONCENTRAR NAS CONSEQUÊNCIAS (QUE SE PODE SABER) EM VEZ DE NA PROBABILIDADE (QUE NÃO SE PODE SABER) É A IDÉIA CENTRAL DA INCERTEZA. BOA PARTE DA MINHA VIDA É BASEADA NELA. NO FINAL DE CONTAS, ESTAMOS SENDO CONDUZIDOS PELA HISTÓRIA, ENQUANTO TODO O TEMPO ACHAMOS QUE SOMOS NÓS QUE ESTAMOS NO CONTROLE "

É claro que ele tem um raciocínio lógico que faz o leitor concordar com suas idéias, porém para um fã incondicional da análise de séries temporais, em muitos trechos do livro fiquei deveras preocupado com suas palavras. Afinal, acredito no resultado de muitos trabalhos nessa área. No entanto, fato é que todos não podem esquecer do Cisne Negro. Ele existe.

O ESTADO DO PARÁ NA "EXAME"

É muito triste quando vemos uma foto de um desmatamento no estado do Pará, na página 49 da edição especial da EXAME CEO de Dezembro/2008. Segundo os autores do artigo "É hora de enfrentar o aquecimento" o grande problema do Brasil é o desflorestamento no norte do país que ainda produz quantidades enormes de dióxido de carbono. Sem isso, as emissões per capita do Brasil seriam de apenas cinco toneladas. Adicionando a cifra do desflorestamento, o número mais que dobra.

Até quando o Estado não agirá com o rigor da lei na punição aos infratores e numa solução na qual a responsabilidade social seja em benefício dos moradores locais?

O PRESIDENTE E A REVISTA PIAUÍ nº 28

Um dos assuntos mais comentados na semana foi a matéria que o jornalista Mario Sergio Conti, diretor de redação da revista PIAUÍ fez com o Presidente Lula: "O primeiro e o terceiro poder - Azia, ou o dia da caça."

Na reportagem ficamos sabendo (de novo) que o Nosso Guia não lê blogs, nem sites, nem jornais, nem revistas. E não é por falta de tempo. Simplesmente não lê porque "eu tenho problema de azia".

Para encerrar cita que gosta de Eli Gaspari - Clóvis Rossi - Janio de Freitas - Luis Nassif e Paulo Henrique Amorim. Não gosta de Merval Pereira - Ali Kamel e Diogo Mainardi.

Diante disse, recordo de Nixon quando disse que "O inimigo é a imprensa."

POLÍTICA AMERICANA - PRESIDENTES

Sempre que vejo reunidos todos os ex-presidentes americanos com o que está atualmente no poder, comparo o sorriso de todos com o que temos aqui no Brasil. Mesmo sendo a política um assunto complicado em todos os lugares do mundo, por aqui, nos últimos 500 anos, temos um aprendizado que ainda não chega ao nível deles.
Que um dia possamos ter no Brasil um interesse mais presidencial do que pessoal. Amém.

BRASIL EM CRISE? - PARTE II

Que cinema é a maior diversão, ninguém discute. Considerando que a estréia do filme "Se Eu Fosse Você 2", foi vista por mais de 575.000 brasileiras e brasileiros, um recorde para filmes brasileiros nos últimos 14 anos, pergunto: onde está a crise? Ou, melhor ainda, SE existe crise: "Fui ao cinema para divertir-me".

Enquanto isso, no outro lado do Atlântico, alguns bilionários procuram o caminho da morte, incapazes de enfrentarem uma crise.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

BRASIL EM CRISE?

Como uma charge consegue demonstrar toda uma situação e até fazer-nos rir de coisas sérias. Para deleite dos meus quase dois leitores, vide o que vi no blog do colega Daniel Simões http://academiaeconomica.blogspot.com/.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

O MUNDO EMERGENTE - 2009

A revista EXAME enviou no final do ano passado para APENAS 8.000 pessoas no Brasil, uma edição especial sobre "Como o surgimento de novas potências está redefinindo a geografia econômica mundial." (Lamento dizer, mas não estou entre os que receberam a revista. Deve ser por falha na entrega...)

Com excelentes artigos de grandes pensadores como Joseph Nye - Moisés Naím - Hernando de Soto - David King - Paul Collier - Antoine Van Agtmael - JHim O´Neill - Jorge Castañeda - o nosso Samuel de Abreu Pessoa da FGV - Alberto Alesina e Bill Clinton entre outros. Muito além da qualidade editorial da Abril, os artigos merecem uma obrigatória leitura para todos que desejam aprofundar sua visão global.

Apenas como entrada, cito uma breve passagem do texto do Joseph Nye quando ele comenta a comparação que muitos fazem hoje entre a derrocada de Roma diante dos povos bárbaros e a de que os Estados Unidos estariam com seus dias de glória contados. Para ele "muitos previram o fim do dólar como reserva monetária primária, e a verdade é que o dólar tem se apreciado. É melhor tomar cuidado com previsões sobre o fim da economia americana. Sim, foram cometidas muiotas bobagens. Mas não, o poderio americano não acabou."

Retorno depois ao assunto, pois são artigos, como o de Moisés Naím, no qual ele cita que "esta crise financeira vai transformar profundamente a economia global e terá consequências mais profundas e duradouras que os atentados às torres gêmeas. Mas ela nem marca o fim do capitalismo nem o início do fim dos Estados Unidos."

É nisso que eu também acredito e que torço para que as atuais previsões se revertam e ao final de 2009 tenhamos um resultado muito diferente do hoje previsto.

domingo, 4 de janeiro de 2009

AS IDÉIAS DE ROBERTO CAMPOS EM 2009

Neste 2009 em que tantos tentam ressuscitar John Maynard Keynes e afirmar que acabou o livre mercado, o liberalismo e o neoliberalismo, eu também busco no além-mundo, as palavras de um grande Economista e formador do pensamento econômico liberal no Brasil: ROBERTO CAMPOS. Falhas existem e precisam de correções, mas a solução não é necessariamente e obrigatoriamente o Estado.

"Sou chamado a responder rotineiramente a duas perguntas. A primeira é 'haverá saída para o Brasil?'. A segunda é 'que fazer?'. Respondo àquela dizendo que há três saídas: o aeroporto do Galeão, o de Cumbica e o liberalismo. A resposta à segunda pergunta é aprendermos de recentes experiências alheias."

"O mercado é apenas o lugar em que as pessoas transacionam livremente entre si. Só isso. Mas não é pouco, porque no seu espaço a interação competitiva entre os agentes econômicos equivale a um plebiscito ininterrupto, que não só permite fazer uma apuração, a todos os momentos revista, das preferências dos indivíduos, como lhes dá uma medição quantitativa, tornando possível, por conseguinte, o cálculo racional."

"A melhor maneira de promover a eficiência no uso de recursos é a concorrência interna e externa. Donde ser a oposição à abertura econômica e à globalização - em nome do combate ao neoliberalismo - uma secreção de cabeças suicidas. Ou talvez, o perfume de flores assassinas que mesmerizam mosquitos ideológicos."

LULA NA NEWSWEEK - 2008/2009

Na edição da NEWSWEEK que está nas bancas e na qual cita a nova elite global, está lá na página 39, o nosso Luiz Inácio Lula da Silva - President, Brazil.

Conforme a revista "Economists groaned when the hirsute former union man took office in 2003, but soon they were gasping instead. Brazil, once at the edge of ruin, now has $ 207 billion in Treasury reserves and the lowest inflation rate in the developing world. Thanks to Lula's fiscal smarts, Brazil is among the world's healthiest emerging economies".

Nada como uma "herança maldita" para manter e produzir bons resultados. É o que ouvimos na época do Clinton em 1992: "É a economia, estúpido". E a popularidade chegando ao Everest...

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

DA SÉRIE "TEXTO DE QUEM ESCREVE BEM"

Neste começo de ano, nada como ler um texto de um colega ex-presidente do BACEN que de maneira didática resume o mundo hoje e sua perspectiva para 2009. Direto da Folha de S.Paulo, lemos Antonio Carlos Lemgruber em 2009 - Odisséia Econômica. Em 31/12/2009, com certeza, iremos conferir este artigo e ver quem está com a melhor bola de cristal.

O temor dos Estados Unidos: uma nova Grande Depressão. Podem ser 6% negativos no último trimestre de 2008 (PIB real). Já na Europa, sobretudo na Alemanha, há sempre o medo da hiperinflação, que destruiu o país na década de 1920 e gerou Hitler. No Japão, a década de 1990 já teve "pequena" depressão. E o Brasil? Sem dúvida alguma, a memória da "superinflação" de 1954 a 1994 conduz a política monetária de juros altos.

Teoricamente, estaríamos mais próximos das preocupações alemãs do que das norte-americanas. Isso está evidenciado na posição da diretoria do Banco Central, que, por sinal, já está sendo chamado de Bundesbank (Banco Central alemão) pela revista "The Economist".

A chamada base monetária nos Estados Unidos duplicou em seis meses. Estão emitindo dinheiro como nunca, para evitar o pior, depois de terem levado os juros a zero. No Brasil e na Alemanha, isso seria uma heresia, mas o Federal Reserve, liderado por Bernanke, não quer repetir a Grande Depressão e está apelando para o que não foi feito na década de 1930: a emissão de moeda.

Certamente, o Japão vai atrás dos Estados Unidos. Mas a Alemanha não vai. O governo alemão não pretende emitir dinheiro nem sair por aí fazendo gasto público. Tem horror de inflação e rejeita a ideia "keynesiana" de que é possível sair da recessão via gasto público.

O Brasil parece ter alemães no Banco Central e norte-americanos no Ministério da Fazenda. O Banco Central mantém os juros altos. Já o Ministério da Fazenda é keynesiano e quer estimular a economia pelo gasto público, assim como deverá ocorrer neste ano nos Estados Unidos, com o novo presidente Barack Obama imitando o "New Deal" de Franklin Delano Roosevelt.

Os Estados Unidos e o Japão, de um lado, e a Alemanha, de outro, demonstram coerência na condução da política econômica. Os EUA e o Japão se mostram expansionistas para evitar a depressão; a Alemanha não acredita na "capacidade" do setor público de tirar o país da recessão e se mostra conservadora. Já no caso brasileiro há inconsistência entre a política monetária e a fiscal. O aumento do gasto público é financiado por tributos ou pela emissão de títulos. Isso dificulta o gasto do setor privado, sobretudo quando a política monetária não dá um elemento de compensação, mantendo os juros elevados.

Existe solução para o "caminho" brasileiro? Há espaço para o Brasil baixar os juros para um dígito, sem prejudicar as metas inflacionárias. Com a queda nos preços de produtos de comércio exterior em dólar, o impacto da desvalorização do câmbio está mitigado. Além disso, o "hiato do produto" (que reflete o desemprego) vai aumentar em 2009, ou seja, vamos crescer menos do que o produto potencial (no máximo, 2%). O Brasil é capaz de combinar as lições da Alemanha, dos Estados Unidos e do Japão, baixando os juros, sem pressionar a inflação e descongestionando o mercado de crédito para o setor privado.

O ano de 2009 vai ser difícil. Crescimento negativo nos países desenvolvidos. Uma nova Grande Depressão deverá ser abortada via expansão da moeda e das despesas públicas nos Estados Unidos e no Japão. Já o Brasil deverá experimentar baixo crescimento e praticamente nenhuma aceleração da inflação. Do ponto de vista político, mais desemprego e mais inflação em 2009 no Brasil vão ser ruins para o presidente Lula, mas o importante é o seguinte: poderá ser pior se não houver coordenação maior de política econômica. Ou seja: 2% de crescimento do PIB e 6% de inflação serão bons resultados em 2009.

2009 - QUE VENHA E QUE BRILHE O SOL TODOS OS DIAS

Finalmente ele chegou. O tão aguardado 2009 está conosco e começando de arrepiar: se já não bastasse a crise na economia, agora quase real, temos israelenses e palestinos numa guerra sem fim. Quanto à guerra, é bem mais antiga do que eu e além do sofrimento causado, eventualmente pode resultar num aumento no preço do barril do petróleo e prejudicar ainda mais o mundo de hoje.

Agora com relação à economia, temos que ter muita calma nesta hora. De certa maneira os indicadores econômicos brasileiros estão dentro de padrões que indicam um crescimento do PIB para o final de 2009 em quase 2,5 %, o que, se confirmado, será um ótimo resultado comparado ao que esperamos dos grandes países. É claro que economista faz previsão e acerta. Também erra. No entanto, generalizar que todos os economistas falharam em 2008 é uma grande falácia. Mesmo que em 01/01/2009 a grande maioria dos economistas esteja pessimista quando ao que irá acontecer durante 2009, não podemos nos esquecer dos Cisnes Negros. Eles existem e podem, com a nossa sorte, ajudar a reverter esta conjuntura negativa.

Apesar de 2008 ter trazido Keynes aos jornais como a solução ideal para a crise, entendemos que o desafio no curto prazo, deva ser como sustentar a demanda agregada com a força do Estado. Para Keynes esse seria o melhor caminho, mas entendemos que não podemos retornar ao Estado máximo. Situações emergenciais carecem de uma atuação diferenciada, mas não manter a mesma postura no longo prazo. Falhas ocorreram em 2008 e em anos anteriores com suas “bolhas” causadas pela “ganância” de alguns e forte ausência de uma fiscalização rigorosa, porém, democraticamente o livre mercado é a melhor saída para um mundo no qual a riqueza continue existindo e aumentando o poder de compra de milhões que necessitam de condições mínimas para o seu conforto.

Em um ano que inicia com tantas dúvidas, nada como o humor sarcástico de Oscar Wilde para tantas incertezas: “Sempre vale a pena fazer uma pergunta, mas nem sempre vale a pena dar uma resposta.”

quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

EM 2008 REFLEXÕES PARA 2009

"A vida é o que é... A gente é que pode ser mais."

"Não importa o que fizeram de você, mas o que você faz com o que fizeram de você."

"Somos o que fazemos, mas somos, principalmente, o que fazemos para mudar o que somos."

ENTENDENDO O CAPITALISMO

Diogo Costa no http://www.ordemlivre.org/node/447 fecha de maneira espetacular este ano de 2008. E que venha 2009, pois com, ou, preferencialmente, SEM CRISE, o livre mercado continua livre e democrático. A aula abaixo merece a nossa leitura e o agradecimento ao seu autor. Este blog, cujo próprio título já vem com o CAPITALISMO em seu cerne, não poderia deixar de divulgar O QUE O CAPITALISMO NÃO É.

Foi Karl Marx quem cunhou o depreciativo termo "capitalista" para identificar um sistema econômico que havia recebido de Adam Smith uma expressão mais descritiva e bonita: "sistema de liberdade natural". A origem negativa do termo é um dos motivos pelos quais a discussão sobre o capitalismo necessita de um esclarecimento. Seja para atacá-lo ou defendê-lo, é importante entendermos primeiro o que o capitalismo não significa.

O capitalismo não é exclusivamente "capitalista". A acumulação de capital é um fato existente em qualquer sociedade, independentemente de sua estrutura política e econômica. Max Weber já dizia em A ética protestante e o espírito do capitalismo que "a ganância pelo ouro é tão antiga quanto a história do homem". E que onde o capitalismo era mais atrasado encontrava-se "o reino universal da absoluta falta de escrúpulos na busca dos próprios interesses por meio do enriquecimento". No entanto, as pessoas ainda encaram o capitalismo como um ordenamento moral, um modo de vida em que a acumulação de riqueza é o bem superior. Mas a defesa do capitalismo não significa a defesa de um homo economicus cuja única preocupação na vida é ganhar dinheiro. Há muitas coisas mais importantes do que a acumulação de capital, como a família, a religião, a arte e a cultura. E isso realça a importância da economia de mercado. É verdade que no livre mercado há mais oportunidade para aquele que pretende enriquecer, mas nele o filósofo também tem mais oportunidade de aprender e o artista tem mais oportunidade de se expressar. E é por meio do livre mercado que o filantropo, a pessoa que deseja ajudar o próximo, dispõe de mais recursos para fazer assistência social, e, através do sistema de preços livres, pode utilizar seus recursos de forma mais eficiente.

O capitalismo não é a burocracia internacional. As pessoas de esquerda costumam identificar pelo termo "neoliberal", tanto as reformas modernizadoras que diminuem a participação do Estado na economia, quanto as organizações inter-governamentais como o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional. Como neoliberalismo e capitalismo são termos intercambiáveis no discurso vulgar, o FMI e o Banco Mundial aparecem como braços operadores do capitalismo internacional. Essa confusão também costuma ser feita por pessoas de direita que, definindo-se por sua oposição sem reservas à esquerda, acabam defendendo instituições burocráticas como se fossem partes integrantes do sistema capitalista. Nesse caso, a esquerda tem razão em denunciar a arrogância de agências internacionais, que nada mais são do que uma forma de planejamento central de larga escala. Enquanto o liberal entende que a prosperidade depende da utilização do conhecimento e dos incentivos dispersos na sociedade, os burocratas internacionais acreditam que podem comandar o desenvolvimento econômico na Zâmbia ou em Guiné-Bissau de seus escritórios em Washington e Nova York. O resultado não tem sido animador. O jornalista Andrew Mwenda, de Uganda, continua sem resposta para sua pergunta sobre exemplos históricos de países que tenham realmente prosperado graças à ajuda externa. De 1975 a 2000, o continente africano recebeu em auxílio externo uma média de 24 dólares per capita por ano. Entretanto, o PIB africano per capita diminuiu a uma taxa média anual de 0,59%. Durante o mesmo período, o PIB per capita do sul asiático cresceu a uma média de 2,94%, apesar de ter recebido em auxílio externo uma média de apenas 5 dólares per capita a cada ano. Políticas de abertura de mercado têm um efeito mais positivo do que o planejamento internacional financiado por impostos. Na verdade, em vez de criar economias de mercado ativas e autônomas, as políticas do Banco Mundial diminuem a dependência dos governos por sua própria população, já que a receita não vem dos tributos extraídos do desenvolvimento econômico doméstico, mas das negociações com outros burocratas. O poder da população é transferido para essas organizações, criando uma cultura de dependência em que a miséria local apenas aumenta o poder de barganha dos governos que recebem auxílio externo. O resultado é a perpetuação da miséria.

O capitalismo não é a política norte-americana. Apesar de os Estados Unidos historicamente terem tido um de seus pilares no livre mercado, grandes contribuições para a compreensão do capitalismo foram feitas em outros paises. Sem contar que, ultimamente, o governo americano tem feito um ótimo trabalho de difamação do nome do livre mercado. O crescimento nos gastos da atual administração superam a de qualquer outro presidente desde o democrata Lyndon Johnson, criador do programa assistencialista da Great Society. George W. Bush foi o primeiro presidente americano a assinar um orçamento de mais de 2 trilhões de dólares. E também foi o primeiro presidente americano a assinar um orçamento de mais de 3 trilhões de dólares. Um aumento que inclui gastos significativos na previdência social e saúde pública, além dos gastos bélicos. As recentes aventuras no Oriente Médio também não podem ser consideradas políticas pró-capitalistas. A própria guerra e a permanência no Iraque são um experimento socialista de escala internacional, que já custou mais de 1 trilhão de dólares e cerca de 30 mil vidas. Liberais defensores do capitalismo não acreditam que nações são violentamente construídas por meio da política, mas que se desenvolvem espontânea e pacificamente. É o socialismo que defende a prosperidade planejada. E o que o governo americano tem feito no Iraque é um planejamento de longo alcance.

O capitalismo não é a defesa irrestrita das grandes corporações. Os defensores do livre mercado entendem que os negócios podem tanto servir quanto prejudicar a população em geral. Em um sistema intervencionista, toda empresa que quer aumentar o seu lucro tem duas opções: investir em produtividade, para competir pelos consumidores, ou investir em lobby, para competir pelos favores políticos. A competição para servir à sociedade é capitalismo, a competição para servir ao governo é mercantilismo. São os mercantilistas que defendem legislações protecionistas de corporações contra a competição estrangeira e doméstica. Os liberais defendem um mercado aberto, em que a manutenção de um negócio depende do oferecimento de serviços e produtos que satisfaçam ao consumidor.

O capitalismo não é a perpetuação das elites. São os oponentes do capitalismo que, ao defender maior concentração de poder nas mãos de políticos e burocratas, constroem um sistema corrupto e estático, no qual há pouco espaço para a mobilidade social e pouca oportunidade para o desenvolvimento da criatividade humana. Há doses de capitalismo em diferentes sociedades do mundo, mas não há uma sociedade onde a economia seja puramente livre, e nem o Brasil está entre as economias mais livres do mundo. Na verdade, de acordo com o ranking de liberdade econômica publicado anualmente pelo Fraser Institute, do Canadá, o Brasil encontra-se no 101º lugar entre 168 países examinados, empatado com Paquistão, Etiópia, Bangladesh e Haiti. No Brasil, há excesso de burocracia para a entrada e a permanência no mercado, uma legislação trabalhista rígida, que empurra os trabalhadores para a informalidade e uma legislação tributária que já foi considerada pelo Fórum Econômico Mundial como a mais complexa de todo o mundo. Os oponentes do livre mercado insistem no controle governamental da economia para resolver os problemas que foram criados pelo próprio governo. Defender o livre mercado é defender a estrutura de um sistema econômico dinâmico em que se estimula a produção de riquezas e se permite a mobilidade social.

O capitalismo não é a defesa do tratamento desigual das pessoas. Há diversas formas de tornar as pessoas mais iguais. Os igualitários normalmente não pretendem torná-las mais iguais em conhecimento ou em beleza, mas em recursos, pelo menos em alguns recursos que consideram fundamentais. É bem verdade que o livre mercado não se baseia na igualdade de recursos. Mas isso não significa um tratamento desigual das pessoas. A igualdade liberal, da qual floresce o capitalismo, é a igualdade de direitos, a igualdade perante a lei. Isso significa que as questões de justiça e o uso da sua liberdade no mercado não dependem de quem você é, mas do que você faz. O capitalismo é um sistema econômico de cooperação mútua, apoiado em uma estrutura de direitos na qual prevalece a igualdade jurídica entre as pessoas. As pessoas no livre mercado não são iguais em "distribuição de renda", mas são iguais em liberdade.

Por fim, capitalismo não é socialismo. O capitalismo não é uma imposição do governo, nem o mercado é uma ideologia em que a teoria necessariamente precede a prática. O capitalismo é simplesmente o que ocorre quando as pessoas têm liberdade para fazer trocas, apoiadas em direitos de propriedade bem definidos. É o socialismo que necessita da mobilização social para alcançar um objetivo comum entre todas as pessoas. O socialismo precisa da pregação e da concentração de poder na autoridade manipuladora. O socialismo é a politização da vida econômica, é um discurso interminável do Fidel Castro, é a transformação de tudo o que é belo e espontâneo no dirigismo rígido da política. O livre mercado é apenas o conjunto de ações de agentes humanos livres sobre a alocação de recursos escassos. Se os propósitos desses agentes são morais, a ordem gerada será igualmente moral. E é quando nós conseguimos sinceramente compreender e avaliar o capitalismo que passamos a ter o discernimento para defendê-lo ou atacá-lo.

domingo, 28 de dezembro de 2008

CRISE ECONÔMICA 2008 - QUEM NÃO VIU EM 2007?

Lendo hoje na Folha o Elio Gaspari comentar que esta crise econômica estava aí já em janeiro/2008, fui buscar a EXAME de 31/12/2007 e na página 27 leio novamente que: "Ao final do governo Clinton, em 2000, o superávit nas contas públicas americanas beirava os 2% do PIB. Bush cortou impostos, aumentou gastos e gerou um déficit estimado em quase 200 bilhões de dólares em 2007. O buraco nas contas, aliado ao desequilíbrio no balanço de pagamentos, enfraqueceu o dólar - que se desvalorizou quase 50% em relação ao euro nos últimos oito anos. Para piorar, a economia americana passa pela crise imobiliária, que pode jogar o país numa recessão nos próximos trimestres." Na página 29 leio que "o mais recente relatório do banco do investimento Merril Lynch avalia que a chance de recessão em 2008 é de 100%".

Diante disso, que lemos em 31/12/2007, alguma surpresa com o que está acontecendo hoje?

sábado, 27 de dezembro de 2008

HUNTINGTON 1927-2008 + GUERRA SANTA SEM FIM

Mesmo vendo ECONOMIA em tudo na vida, este blog também tem seus momentos de outros fatos. Desde que começei a ler que sou conhecedor de um eterno conflito lá no distante Oriente Médio entre Israel e palestinos. Fato é que nem nesta época de final de ano eles conseguem viver um segundo sequer em PAZ. Hoje, no mais violento ataque de Israel contra grupos radicais palestinos ocorrido nos últimos anos, cem bombas, lançadas de 60 aviões de guerra contra 50 alvos, deixaram um saldo de mais de 200 mortos, segundo fontes médicas palestinas, e mais de 200 feridos. Triste notícia para um final de ano que já vai indo triste.

Continuando a ler as notícias de hoje, quase não acreditei quando li na Folha online que o cientista político Samuel Huntington, autor do famoso ensaio "O Choque de Civilizações", morreu aos 81 anos em Martha's Vineyard, no Estado americano de Massachusetts, conforme informou neste sábado a Universidade Harvard.

Huntington morreu na última quarta-feira (24/12). O cientista político deixou de lecionar em Harvard em 2008, após 58 anos de "serviços bons e leais", segundo a universidade americana. Ele foi autor, co-autor e editor de 17 obras e 90 artigos científicos sobre a política americana, a democratização, a política militar, a estratégia, e até mesmo política de desenvolvimento, informou o comunicado.

Nascido Samuel Phillips Huntington em 18 de abril de 1927 em nova York, ele conseguiu se formar na Universidade de Yale aos 18 anos e começou a lecionar em Harvard aos 23. "O Choque de Civilizações", publicado em 1996, foi traduzido a 39 idiomas. O livro também foi considerado como uma visão prévia do conflito com grupos muçulmanos que culminou nos atentados de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos.

Realmente, apesar de sua morte ter ocorrido na véspera de Natal, somente foi divulgada a pouco. Mesmo não querendo acreditar, pesquisei ainda na Harvard Magazine http://harvardmagazine.com/breaking-news/samuel-p-huntington-dies-age-81 , confirmado o fato, divulgado há menos de três horas, conforme abaixo.

Political scientist Samuel P. Huntington, the Weatherhead University Professor emeritus, died December 24, at age 81, on Martha’s Vineyard. He retired from teaching in 2007, after 58 years of service at Harvard, according to the official University news release on his life and career.

Huntington was best known for his views on the importance of cultural identities and affiliations in shaping relations between and among states and nations—an argument popularly summarized by his vivid phrase, “the clash of civilizations,” first spelled out in a 1993 journal article and then expanded upon in a internationally best-selling book published in 1996.

Existem professores que marcam toda uma geração, que apresentam idéias novas, que criam polêmicas admiráveis e que ficamos conhecendo ao longo de nossas experiências acadêmicas. Quando fiz na Universidade de Brasília uma especialização em Relações Internacionais, não tive que deixar de ler e conhecer um pouco mais desse tal choque de civilizações e a recomposição da ordem mundial. Por isso, esta notícia de sua morte e da situação na faixa de Gaza, tudo no último sábado de 2008, é para marcar de tristeza este mundo em CRISE (para não dizerem que não falei de economia).

E um fato que também marca é o belo exemplo de Professor Huntington: 58 anos lecionando em Harvard. Que exemplo de vida para todos nós, indiferente das posições políticas do grande Mestre.

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

REVISTA EXAME - 2009

Acabo de receber a EXAME com a feliz data de 31/12/2008, UM ANO PARA FICAR NA HISTÓRIA. Cláudia Vassallo, na sua Carta ao Leitor, consegue ser realista e otimista. Para ela (e eu concordo integralmente), "este ano mudou o mundo e nos deu uma lição de humildade. Cisnes Negros (de novo o livro que estou lendo) continuarão a surgir na economia sem que tenhamos capacidade de antever sua aparição. Continuaremos a ser surpreendidos por eles, sem que isso seja necessariamente ruim. ECONOMISTAS, analistas financeiros, gurus, acadêmicos, NINGUÉM conseguiu desenhar os contornos que o mundo tomaria após o anúncio da quebra do LEHMAN BROTHERS."

Humildade é a própria EXAME reconhecer através de sua Diretora de Redação que também "nós, jornalistas de EXAME cometemos erros". E encerra sua carta com o otimismo de que "não é preciso ser sábio ou profeta para dizer, hoje, que 2009 será tão ou mais emocionante que 2008." E que muitas profecias ruins não se cumpram...

A importância de debater o PIB nas eleições 2022.

Desde o início deste 2022 percebemos um ano complicado tanto na área econômica como na política. Temos um ano com eleições para presidente, ...