domingo, 28 de fevereiro de 2010
GRÉCIA E BRASIL: ESTUDO DE CASO?
CRISE NO CAPITALISMO?
Estou gostando da leitura de um pequeno livro do Professor CLAUDE JESSUA, da Universidade Paris II, com o direto título CAPITALISMO. Em determinado momento ele escreve que a crise atual, qualquer que venha a ser o seu resultado, provavelmente causará mudanças profundas na organização financeira dos mercados mundiais. Contudo, trata-se de uma CRISE DENTRO DO CAPITALISMO e NÃO DO CAPITALISMO.
sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010
A ANÁLISE DE PIZA!
Sempre que tenho acesso ao ESTADÃO e é dia de coluna do DANIEL PIZA, sei que a leitura servirá para pensar. Em 21/02, PIZA, escreveu de uma maneira crua como o BRASIL está na economia e o perigo que nos ronda o retorno de um Estado regulador. Além de deixar claro que a atual política econômica é mera continuação da do governo anterior.
Nós, que fazemos este blog, continuamos acreditando no valor da economia de livre mercado e no capitalismo como a força motora que realmente pode e deve trazer riqueza para os habitantes deste planeta, em um mundo com plena liberdade de escolha política e social.
A crise internacional que causou a maior parada da indústria brasileira em vinte anos causou também o ressurgimento de slogans estatizantes, por uma mistura de conveniência e recalque. O PT e a autodenominada esquerda leram a crise com a habitual lente de aumento dos países atrasados: ela teria significado “a volta do Estado” depois de duas décadas de neoliberalismo. O diagnóstico é conveniente porque serviria para justificar o aumento do déficit fiscal e da dívida interna, movido muito mais pelo aumento de servidores e despesas do que dos investimentos, e licenciar o aparelhamento de bancos e fundos de pensão e as tentativas de nacionalização nas áreas de telefonia, siderurgia e energia. E o diagnóstico é recalcado porque mostra que, depois de quase oito anos de governo Lula, nem eles mesmos entenderam os motivos de sua popularidade, já que praticou o contrário do que sempre pregou.
Ironicamente, o debate mundo afora tem apontado para o outro lado. Sim, a injeção de dinheiro público para cortar o ciclo recessivo foi fundamental, seguindo não apenas a orientação de um Keynes (economista que, não custa lembrar, sempre se declarou um liberal, só que heterodoxo), mas uma velha prática do capitalismo moderno. Olhe os gráficos da participação da máquina pública nas economias ao longo do século 20: em todas houve aumento em média, não encolhimento. Mas, a certa altura, ficou claro que era preciso reduzi-la por meio de cortes e privatizações, sobretudo em face de uma realidade cada vez mais dinâmica e inovadora, a da Era Digital ou pós-industrial. E agora nos deparamos de novo com o quê? EUA, Europa e Japão às voltas com imensas dívidas públicas que paralisam seu crescimento. A crise, enfim, é soma da desregulamentação financeira com o descontrole fiscal; não à toa, na Grécia, a Goldman Sachs ajudou a maquiar a contabilidade do governo.
Aqui, no entanto, vemos que só se olha para um lado do problema. A plataforma do PT para a candidatura Dilma Rousseff propõe a retomada do “desenvolvimentismo”, do Estado empresário, executor, forte, etc. É claro que não se trata do que tivemos nos anos 50 a 70, porque hoje não se tolera mais o subproduto trágico daquele período, a inflação. Mas a ilusão é semelhante e ignora os efeitos nocivos da atualidade. Além disso, não estamos numa sociedade desenvolvida, com instituições sadias e educação séria. Como se tem visto no segundo mandato de Lula, a ordem é atropelar “atrasadores de obras” como TCU, MP e Ibama, fingir que autarquias como a Infraero não estão carcomidas pela corrupção e manter uma estrutura tributária que pune a produtividade e os pobres; a carência de mão de obra qualificada é agônica; e as contas externas vão mal, porque só sabemos exportar produtos básicos, de pouca industrialização e tecnologia. Então, como assim, “desenvolvimento”?
Mais irônico ainda é ler que o governo Dilma pretende montar uma “burocracia de alta qualidade” com “critérios meritocráticos e republicanos” – tudo que o governo Lula não fez, seguindo a praxe quase contínua de 500 anos de Brasil. A velha guarda petista acha que o sucesso de Lula se deve quase todo aos programas sociais como o Bolsa Família. Naturalmente, sabe o peso da estabilidade econômica (nunca mais se ouviu, por exemplo, um Mercadante dizer que não há nenhum problema numa inflação de dois dígitos), tanto é que pinta José Serra como ameaça por suas opiniões esquisitas sobre política cambial. Mas o foco é desdenhar as privatizações feitas no passado, como se nada tivessem a ver com o vigor econômico dos últimos anos, e dizer que não há inchaço da máquina, e sim reconstrução… Como os governos do regime militar, o lulismo supõe que a eficiência do Estado se mede pelo tamanho das obras. Pode-se dizer que sofre, acima de tudo, da doença infantil do simplismo.
Essa mesma turma, que ainda não entendeu por que o muro de Berlim caiu, dizia antigamente que a única maneira de reduzir a desigualdade social era tirar dos ricos para dar aos pobres; ser de “esquerda” era defender um Estado cada vez maior para fazer essa transferência de renda. A grande contribuição do governo Lula, porém, foi mostrar que isso era bobagem: a desigualdade continuou a cair e nenhum capitalista ou burguês perdeu um centavo sequer desde 2003 – muito pelo contrário, como atestam os elogios de Abílio Diniz, Eike Batista e outros bilionários. Já os privilégios que o Estado concede a alguns setores, como empreiteiras, sindicatos e oligarquias políticas, só se ampliaram. E quando se vê Marco Aurélio “top top” Garcia, um dos conselheiros preferidos de Dilma, dizer que a TV a cabo impõe “esterco” dos americanos, o odor que sobe é desagradavelmente sessentista. Não há nada que um estatista odeie mais que a liberdade de expressão e produção.
PREVISÕES ECONÔMICAS.
Trabalhar com previsão não é fácil, mas é assunto no qual tenho grande interesse. Apesar das falhas e críticas, temos bons exemplos de acertos, nem sempre divulgados. Por exemplo, em 02/03/09 a EXAME anunciou que a Taxa Selic para o final do ano de 2009 teria uma queda dos 12,75% de janeiro para 8,75%, o que de fato ocorreu.
Na mesma época, a revista informava que a cotação do dólar em 2009 seria desvalorizada de R$ 2,30 para cerca de R$ 1,70, o que também é verdade.
Portanto, previsões com estudos, bom senso e um pouco de sorte, são tiros que acertam no alvo.
ROGOFF E O BRASIL.
Uma “curiosidade: em entrevista à EXAME, ROGOFF informa que no seu portfólio de ações, 10% são papéis de empresas brasileiras. Grande BRASIL e seu enorme potencial.
quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010
Lula em Cuba NÃO livre!
quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010
DELFIM NETTO NA FOLHA DE S. PAULO
UMA PAUSA NA ECONOMIA!
Direto da revista DICTA&CONTRADICTA, um pensamento do genial GOETHE, para reflexão numa noite quente de verão.
“Um bom homem, por obscura que seja sua luta / Está ciente de que há apenas um caminho correto” (trad. livre).
A LUZ E A ESCURIDÃO!
Na Internet localizamos belas imagens, como a vista acima, mostrando o nosso planeta numa noite dessas qualquer.
segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010
KRUGMAN NA THE NEW YORKER.
domingo, 21 de fevereiro de 2010
ECONOMIA: MERCADO X ESTADO?
CRISES SÃO INEVITÁVEIS.
Também, direto da VEJA, o Professor Barry Eichengreen, da Universidade da Califórnia, em Berkeley, defende a regulação do mercado financeiro, mas avisa que crises são inerentes ao capitalismo.
Há consenso de que o mercado financeiro precisa ser regulado pelo estado?
Há quem mantenha a velha retórica da autorregulação, que implica deixar ir à falência aqueles que assumem riscos excessivos e se dão mal. No mercado financeiro, porém, isso não é possível. Temos bancos grandes demais, interligados demais, para que possam falir sem colocar em risco todo o sistema. Por isso, é preciso regular. Até banqueiros concordam com isso. Estive em Davos no mês passado, durante o Fórum Econômico Mundial, e metade dos banqueiros com quem conversei acha que o estado precisa adotar um papel mais decisivo na regulação e na supervisão dos mercados financeiros.
A boa regulação financeira teria evitado a atual crise?
Por melhor que seja, a regulação financeira não evita crises. As crises, as recessões, a volatilidade são intrínsecas ao funcionamento do capitalismo e da economia de mercado. São as fraquezas do mercado. A saída é usar o poder regulador e as políticas distributivas para limitar ou compensar as crises e suas consequências negativas. Quem fica desempregado, por exemplo, pode ser requalificado, receber seguro-desemprego.
O capitalismo está num mau momento?
A IMAGEM DA SEMANA.
sábado, 20 de fevereiro de 2010
CARNAVAL NA THE ECONOMIST.
OBAMA HOJE!
quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010
Temas em Economia: Crescimento econômico sob Lula
THE ECONOMIST - A SEMANA.
O IDIOTA E A MOEDA!
terça-feira, 16 de fevereiro de 2010
INDICAÇÃO DE LEITURA - ECONOMIA
domingo, 7 de fevereiro de 2010
ESCLARECENDO A ECONOMIA
Já que postamos hoje um artigo do irmão dele, vamos para a entrevista que LUIZ CARLOS MENDONÇA DE BARROS concedeu a FOLHA DE S. PAULO sobre um assunto que estamos acompanhando diariamente: CÂMBIO.
O Banco Central deixou o dólar subir até R$ 1,90, ao sabor das turbulências das últimas semanas, mas não terá outra escolha além de intervir vendendo a moeda para dar liquidez ao mercado de câmbio, segundo o ex-ministro Luiz Carlos Mendonça de Barros. Para ele, vai chegar o momento em que o dólar vai bater na inflação. "Não tenha dúvida de que o BC vai vender. Vai fazer atrasado, como sempre, mas vai." O dólar saltou de R$ 1,73 para R$ 1,89 em quatro semanas.
Mendonção, como é conhecido, vê uma segunda fase da crise global, agravada neste início de ano por uma "guinada populista" do governo Barack Obama, nos EUA, com objetivo de enfrentar a oposição republicana que radicalizou e ameaça tomar conta do Congresso. Essa guinada leva o governo americano a tomar medidas de apelo popular, como controle maior dos bancos, que podem emperrar a recuperação.
Na Europa, as dificuldades enfrentadas pelos Piigs (Portugal, Irlanda, Itália, Grécia e Espanha) para rolar suas dívidas, associadas a um quadro de baixo crescimento, deverão "enterrar" as ambições de transformar o euro em uma moeda forte, alternativa ao dólar. E o Brasil vai bem, segue o "queridinho" do mercado, mas sofrerá com esse rearranjo global.
FOLHA - Estamos vivendo uma segunda fase da crise?
LUIZ CARLOS MENDONÇA DE BARROS - O quadro é ruim. Existe uma incerteza muito grande em relação aos países do G7. Apareceram alguns problemas adicionais, principalmente de natureza política. Nos EUA, a partir da derrota democrata em Massachusetts [na eleição de um membro para o Senado], o governo Obama começou a adotar uma linha um pouco mais populista. O problema é que tem uma eleição no final do ano para renovar o Congresso. Pode acontecer de os republicanos dominarem o Congresso.
Isso vai ser complicado para o governo Obama, porque a economia americana ainda vai precisar de alguma ajuda de natureza fiscal. A questão política está muito acirrada nos EUA. A ala mais radical tomou conta do Partido Republicano e eles querem simplesmente acabar com o Obama.
É mais um mal-estar que veio se agregar a essa insegurança econômica. Já tinha a situação difícil na Europa.
FOLHA - Por que só agora as dificuldades de países como Grécia parecem preocupar? Qual será a salvação para essas economias?
BARROS - Desde a formação da União Europeia não se sabia bem como seria o arranjo de regras únicas num universo de países e sociedades tão diferentes. E esta crise obrigou os governos da Europa a incorrer em deficit muito grande para segurar o sistema bancário. Acontece que os países mais periféricos, que não têm a mesma credibilidade que Alemanha e França, começaram a ter problema de credibilidade na rolagem da dívida. Na Europa, embora a moeda seja unificada, os títulos públicos são nacionais. Aí, começou a crise no tal dos Piigs [Portugal, Irlanda, Itália, Grécia e Espanha]; e o mais frágil deles é a Grécia, que também tem problemas políticos.
Quando há algum bicho ferido, os chacais do mercado financeiro vão em cima mesmo... Foi o que aconteceu nessas últimas três semanas. Foram em cima da Grécia, e depois partiram para Irlanda e Portugal, que são pequenos. Agora chegaram até a Espanha, que não é tão pequena assim. Então, veio à tona esse problema de como se ajustam as economias nacionais com esse arranjo que eles têm. Todo mundo sabe que a Europa já tem problema de recuperação econômica e agora tem esse outro. A partir daí, é especulação do mercado. A gente sabe pelos relatórios que a liquidez caiu muito e que eles estão nas mãos do especulador.
As pessoas achavam que esse problema do deficit dos europeus só viria daqui a dois ou três anos. Apareceu, vai ficar aí e vai precisar de uma solução. E a solução é um sistema de ajuda mútua. Outra coisa é que aquele pessoal que pensava entrar na UE, como Polônia e Letônia, pode tirar o cavalinho da chuva. E o Reino Unido, que estava fora, agora que não entra mesmo.
FOLHA - Como esse quadro pode ser revertido? Qual o principal fator?
BARROS - Saiu um dado de emprego bom nos EUA, que precisa ainda de confirmação. O setor de serviços já gerou emprego, o industrial, também. Falta ainda o setor imobiliário. A taxa de desemprego caiu -muita gente deixa de procurar vaga quando o quadro está ruim-, mas não dá para dizer que mudou a tendência.
Nos EUA, é fundamental que mude a tendência do mercado de trabalho. Há 130 milhões de pessoas trabalhando e entre 14 e 15 milhões de desempregados. O cara que está empregado fica de olho no vizinho que perdeu o emprego. Ele fica tão inseguro que também não gasta. Na hora que reverte o mercado de trabalho, mesmo que o desemprego continue alto e a geração de emprego seja pequena, o comportamento de quem está empregado muda. É uma questão de confiança, que leva tempo. A economia de mercado precisa de tempo para corrigir tendências. Até lá, vai ter um período de especulação danada. Eu acho que isso se acalma.
FOLHA - Como fica o Brasil, que tinha se tornado o "queridinho" dos mercados internacionais?
BARROS - Ah, o Brasil está muito bem. É o "darling" do investidor. Até porque todo mundo sabe que a demanda interna de consumo não tem nada a ver com o que está acontecendo no mundo. O problema é que, em um ambiente de crise como este, o pessoal saca dinheiro dos fundos emergentes. Todo mundo fica mais conservador. Mas o Brasil está numa situação invejável. Para chegar aqui, precisa quebrar muita gente. E não vai quebrar.
Mesmo na Europa, esse arranjo foi construído ao longo de 60 anos. Não vão deixar ruir agora. Mas o euro está ferido de morte. Quem achava que ele poderia tomar o lugar do dólar como valor de reserva ficou assustado. Outra coisa que deve acontecer é um fortalecimento do dólar em relação às demais moedas, inclusive a nossa. A taxa de câmbio já não é mais R$ 1,75, vai ser mais perto de R$ 2, o que é bom para nós. Vai resolver o problema de muita gente. Ainda estou muito otimista, mas preocupado porque temos que ver como se resolve esse problema lá fora.
FOLHA - No mercado de câmbio, falam que o BC está jogando gasolina da fogueira. O BC está dando a atenção devida para o dólar?
BARROS - O que precisa agora é o Banco Central mudar a mão. Ele precisa mudar esse negócio e parar essa brincadeira. Até algum tempo atrás, tinha sobra de dólar no câmbio. Agora, vai faltar. O BC é lento, fica com aquela história de que não quer interferir na moeda. Aquela coisa de liberalzinho extremado. É a cara dele. Vai ter que mudar. E, quando mudar, acalma o mercado de câmbio. Porque, quando faltar algum dinheiro, ele vende. Além do que, o real se valorizando muito começa a mexer também com a inflação.
FOLHA - Mas será que eles vão fazer isso? Não parece...
BARROS - Ah, vai. Como sempre atrasado, mas vai ter que fazer. Não tem outro jeito.
FOLHA - Do contrário, quebrará muita gente?
BARROS - Onde vai quebrar muita gente é na Europa. Grandes empresas europeias estão como Sadia e outras companhias estavam aqui. Quando o euro estava só se valorizando, elas não estavam com medo. Mas não é nada dramático. É um período complicado.
FOLHA - A nossa eleição presidencial também pode trazer incertezas?
BARROS - Não estou muito preocupado. A não ser que um Ciro Gomes cresça ou apareça alguma novidade. Enquanto a eleição estiver entre Dilma e Serra, não vejo grande preocupação no mercado.
FOLHA - O aperto de crédito na China pode respingar no Brasil?
BARROS - Isso tudo é besteira. As empresas que estão na China sabem muito bem como as coisas funcionam lá. Nesses dois últimos meses, tomaram dinheiro emprestado e botaram no banco. Sabiam que em algum momento iria faltar. Eu vi as estatísticas de depósitos nos bancos, é um número brutal. Está todo mundo com dinheiro. Para mim, a China é a parte mais estável dessa história toda. A China é hoje um fator de certa estabilidade. E, como nós somos muito vinculados à China, essa estabilidade vem para cá também.
OSCAR 07/03/2010!
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