Sem surpresa, o UOL divulgou hoje que o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, decidiu nesta quarta-feira (20) elevar a taxa básica de juros (a Selic) em 0,25 ponto percentual, para 12% ao ano, o maior nível desde janeiro de 2009, quando era de 12,75%.
Embora essa alta não tenha sido uma surpresa, a maioria dos analistas do mercado financeiro apostava que a taxa subiria para 12,25%.
Ao elevar a Selic, o objetivo do BC é fazer com que o crediário também suba e, com isso, diminua o consumo da população para conter a alta da inflação.
A alta de preços ocorre quando há muita procura por produtos e menos quantidade para atender a essa necessidade.
A Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade), porém, não acredita que a elevação da Selic vá restringir o crédito.
Esta foi a terceira reunião do Copom sob o mandato da presidente Dilma Rousseff e com o BC sob o comando de Alexandre Tombini.
Em todas elas, o comitê decidiu elevar a taxa. Nas duas primeiras, a alta foi de 0,5 ponto percentual. Na desta quarta-feira, subiu 0,25 ponto percentual. Com isso, no governo Dilma, a Selic passou de 10,75% para os atuais 12% ao ano. O próximo encontro será nos dias 7 e 8 de junho.
A elevação dos juros é o principal método utilizado para o BC para perseguir o centro da meta de inflação, medida pelo índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que é de 4,5% para este ano.
Também para conter a inflação por meio de restrição ao crédito, no início deste mês, o governo elevou o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) para empréstimos tomados por pessoas físicas de 1,5% para 3%.
O centro da meta pode ter variação de dois pontos percentuais para cima ou para baixo, ou seja, a inflação poderia ir de 2,5% a 6,5%. O índice de 4,5% é chamado de centro, pois está bem no meio dos extremos.
O mercado prevê que a inflação em 2011 será de 6,29%. No ano passado, o índice foi de 5,91%, a maior registrada no país desde 2004. Em março deste ano, a inflação acumulado nosúltimos 12 meses chegou 6,30%.
A Selic é a taxa básica de juros. Ela é usada como base, por exemplo, para os juros cobrados quando se parcela uma compra ou se pede dinheiro emprestado no banco.
Se os juros básicos aumentam, as lojas fazem o mesmo com o crediário. Os juros também são usados como política monetária pelo governo para conter a inflação.
Com juros altos, as prestações ficam mais caras e as pessoas compram menos, o que restringe o aumento dos preços. No caso de redução dos juros, o receio do governo é que haja muitas compras e as indústrias não consigam produzir o suficiente.
Quando isso acontece, há falta de produtos no mercado, e os que existem ficam mais caros -é a chamada lei da oferta e da procura.
Um aspecto positivo dos juros altos é que eles remuneram melhor as aplicações financeiras. Isso é bom para os investidores brasileiros e também para os estrangeiros que procuram o país.
Quando alguém investe em fundos ou títulos públicos, por exemplo, recebe um rendimento mensal maior se os juros estiverem mais altos.
Por outro lado, os juros altos prejudicam as empresas, que ficam mais receosas de tomar empréstimos para investir em expansão.
Por isso os empresários reclamam dos juros altos. Nesse cenário, também se torna mais difícil a criação de empregos.
O Copom foi instituído em junho de 1996 para estabelecer as diretrizes da política monetária e definir a taxa de juros.
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