Arnaldo Jabor, hoje no ESTADÃO. Excepcionalmente neste blog, para seus milhões de leitores.
Nunca vimos uma coisa assim. Ao menos, eu nunca vi. A herança maldita da política de sujas alianças que Lula nos deixou criou uma maré vermelha de horrores. Qualquer gaveta que se abra, qualquer tampa de lata de lixo levantada faz saltar um novo escândalo da pesada. Parece não haver mais inocentes em Brasília e nos currais do País todo. As roubalheiras não são mais segredos de gabinetes ou de cafezinhos. As chantagens são abertas, na cara, na marra, chegando ao insulto machista contra a presidente, desafiada em público. Um diz que é forte como uma pirâmide, outro que só sai a tiro, outro diz que ela não tem coragem de demiti-lo, outro que a ama, outro que a odeia. Canalhas se escandalizam se um técnico for indicado para um cargo técnico. Chego a ver nos corruptos um leve sorriso de prazer, a volúpia do mal assumido, uma ponta de orgulho por seus crimes seculares, como se zelassem por uma tradição brasileira. Temos a impressão de que está em marcha uma clara "revolução dentro da corrupção", um deslavado processo com o fito explícito de nos acostumar ao horror, como um fato inevitável. Parece que querem nos convencer de que nosso destino histórico é a maçaroca informe de um grande maranhão eterno. A mentira virou verdade? Diante dos vídeos e telefonemas gravados, os acusados batem no peito e berram: "É mentira!" Mas, o que é a mentira? A verdade são os crimes evidentes que a PF e a mídia descobrem ou os desmentidos dos que os cometeram? Não há mais respeito, não digo pela verdade; não há respeito nem mesmo pela mentira. Mas, pensando bem, pode ser que esta grande onda de assaltos à Republica seja o primeiro sinal de saúde, pode ser que esta pletora de vícios seja o início de uma maior consciência critica. E isso é bom. Estamos descobrindo que temos de pensar a partir da insânia brasileira e não de um sonho de razão, de um desejo de harmonia que nunca chega. Avante, racionalistas em pânico, honestos humilhados, esperançosos ofendidos! Esta depressão pode ser boa para nos despertar da letargia de 400 anos. O que há de bom nesta bosta toda? Nunca nossos vícios ficaram tão explícitos! Aprendemos a dura verdade neste rio sem foz, onde as fezes se acumulam sem escoamento. Finalmente, nossa crise endêmica está em cima da mesa de dissecação, aberta ao meio como uma galinha. Vemos que o País progride de lado, como um caranguejo mole das praias nordestinas. Meu Deus, que prodigiosa fartura de novidades sórdidas estamos conhecendo, fecundas como um adubo sagrado, tão belas quanto nossas matas, cachoeiras e flores. É um esplendoroso universo de fatos, de gestos, de caras. Como mentem arrogantemente mal! Que ostentações de pureza, candor, para encobrir a impudicícia, o despudor, a mão grande nas cumbucas, os esgotos da alma. Ai, Jesus, que emocionantes os súbitos aumentos de patrimônio, declarações de renda falsas, carrões, iates, piscinas em forma de vaginas, açougues fantasmas, cheques podres, recibos laranjas de analfabetos desdentados em fazendas imaginárias. Que delícia, que doutorado sobre nós mesmos!... Assistimos em suspense ao dia a dia dos ladrões na caça. Como é emocionante a vida das quadrilhas políticas, seus altos e baixos - ou o triunfo da grana enfiada nas meias e cuecas ou o medo dos flagrantes que fazem o uísque cair mal no Piantella diante das evidências de crime, o medo que provoca barrigas murmurantes, diarreias secretas, flatulências fétidas no Senado, vômitos nos bigodes, galinhas mortas na encruzilhada, as brochadas em motéis, tudo compondo o panorama das obras públicas: pontes para o nada, viadutos banguelas, estradas leprosas, hospitais cancerosos, orgasmos entre empreiteiras e políticos. Parece que existem dois Brasis: um Brasil roído por ratos políticos e um outro Brasil povoado de anjos e "puros". E o fascinante é que são os mesmos homens. O povo está diante de um milenar problema fisiológico (ups!) - isto é, filosófico: o que é a verdade? Se a verdade aparecesse em sua plenitude, nossas instituições cairiam ao chão. Mas, tudo está ficando tão claro, tão insuportável que temos de correr esse risco, temos de contemplar a mecânica da escrotidão, na esperança de mudar o País. Já sabemos que a corrupção não é um "desvio" da norma, não é um pecado ou crime - é a norma mesmo, entranhada nos códigos, nas línguas, nas almas. Vivemos nossa diplomação na cultura da sacanagem. Já sabemos muito, já nos entrou na cabeça que o Estado patrimonialista, inchado, burocrático é que nos devora a vida. Durante quatro séculos, fomos carcomidos por capitanias, labirintos, autarquias. Já sabemos que enquanto não desatracarmos os corpos públicos e privados, que enquanto não acabarem as emendas ao orçamento, as regras eleitorais vigentes, nada vai se resolver. Enquanto houver 25 mil cargos de confiança, haverá canalhas, enquanto houver Estatais com caixa-preta, haverá canalhas, enquanto houver subsídios a fundo perdido, haverá canalhas. Com esse Código Penal, com essa estrutura judiciária, nunca haverá progresso. Já sabemos que mais de R$ 5 bilhões por ano são pilhados das escolas, hospitais, estradas. Não adianta punir meia dúzia. A cada punição, outros nascerão mais fortes, como bactérias resistentes a antigas penicilinas. Temos de desinfetar seus ninhos, suas chocadeiras. Descobrimos que os canalhas são mais didáticos que os honestos. O canalha ensina mais. Os canalhas são a base da nacionalidade! Eles nos ensinam que a esperança tem de ser extirpada como um furúnculo maligno e que, pelo escracho, entenderemos a beleza do que poderíamos ser! Temos tido uma psicanálise para o povo, um show de verdades pelo chorrilho de negaças, de "nuncas", de "jamais", de cínicos sorrisos e lágrimas de crocodilo. Nunca aprendemos tanto de cabeça para baixo. Céus, por isso é que sou otimista! Ânimo, meu povo! O Brasil está evoluindo em marcha à ré!
terça-feira, 31 de janeiro de 2012
segunda-feira, 30 de janeiro de 2012
O começo do capitalismo.
Paulo Guedes, hoje no jornal O GLOBO.
Reunidos no Fórum Econômico Mundial,
financistas, políticos e intelectuais exalam pessimismo. Discutem o suposto
fracasso das economias liberais e suas economias de mercado. A nova ordem global
seria na verdade uma desordem. A celebração anual da era dos excessos em Davos
tornou-se agora um Muro das Lamentações. Pela indigência das análises
apresentadas, os ocidentais se limitam a concluir, aturdidos, evocando a Lei de
Murphy original: "Se uma coisa (o "capitalismo") tem chance de
dar errado, vai dar errado." Ora, as democracias e o capitalismo são
instituições extraordinariamente flexíveis, que foram bombardeadas por choques
colossais nas últimas duas décadas. O mergulho de 3,5 bilhões de eurasianos,
deserdados pelo colapso do socialismo, nos mercados de trabalho globais. Uma
revolução tecnológica agudizou as pressões da competição global. E os governos
ocidentais recorreram a velhos truques para manter artificialmente o
crescimento ante os novos desafios.
Os financistas anglo-saxões sabem de
seus abusos, estimulados por bancos centrais que promoveram excessos com
dinheiro barato e regulamentação frouxa. A obsoleta social-democracia europeia
sabe também de seus excessos, sob o pretexto de promover o bem-estar social.
Quando celebravam seu sucesso em Davos, exibiam suas pretensas virtudes e
sabedoria. Mas, agora expostas a farra do crédito e a irresponsabilidade
fiscal, financistas e políticos dissimulam hipocritamente sua contribuição à
crise contemporânea. A culpa é do "capitalismo".
E o que dizer dos bem pagos
intelectuais, que sempre enfeitaram com seu brilho as celebrações dessa época
de excessos - designada pelos pobres economistas, para sua eterna vergonha,
como "Era da Grande Moderação"? Ora, dizem todos agora que é o fim do
"capitalismo". Por ressentimento com os privilégios dos financistas?
Em busca de atenção e influência? Ou pelo simples cacoete ideológico de
renovação das profecias do fim do "capitalismo"?
Não é só Bill Gates que diz, com uma
perspectiva histórica, que o "mundo está muito melhor hoje", em
entrevista a Deborah Berlinck publicada ontem no GLOBO. Os bilhões de
eurasianos que saem da miséria pelo mergulho nos mercados globais em busca de
inclusão social também acham isso. Pergunte particularmente aos chineses o que
acham de sua inserção na ordem "capitalista". Afinal, para eles, é
apenas o começo do "capitalismo".
A boa consciência da França.
Luiz Carlos Bresser-Pereira, hoje na FOLHA DE S. PAULO.
Como compreender a decisão do Parlamento
francês de definir algo que aconteceu há quase um século como genocídio dos
armênios pelos turcos?
Do ponto de vista político, não faz
sentido para a França um conflito com a Turquia -o mais importante país do
Oriente Médio e uma potência emergente. Por que, então, esse testemunho oficial
sobre algo que aconteceu, mas que hoje nada tem a ver com a França?
Só encontro uma explicação: trata-se de
uma manifestação de "boa consciência" de uma França imperial para com
seus cidadãos, que são homens e mulheres dotados de elevados princípios morais.
O que significa "boa
consciência" nesse caso? Infelizmente, nada de bom. A dominação, o
império, as muitas formas de exploração precisam sempre de boa consciência.
Precisam de boas razões morais para seus
atos, ou, quando é impossível, exibir para todos sua consciência moral, neste
segundo caso configurando-se a boa consciência.
A França, como Reino Unido e EUA,
precisa dela porque seu livro de violência imperial com os povos da periferia
e, em particular, com o Oriente Médio é longo e tenebroso.
Até a Segunda Guerra, esse imperialismo
se manifestou por meio do sistema colonial.
Quando os povos da região lograram sua
independência, o imperialismo francês e de seus associados ricos manifestou-se
pontualmente pela guerra e, em geral, por meio do "soft power"
-conselhos, ameaças e pressões sobre elites locais geralmente aliadas e
corruptas.
O prontuário da França nessa matéria no
Oriente Médio é lamentável, e é terrível na África. A África subsaariana é, na
prática, uma colônia administrada por um banco central comum com sede em Paris.
A participação do governo francês no
genocídio dos tutsis em Ruanda é algo que volta e meia é discutido na grande
imprensa do país. Com grande pesar dos franceses.
Diante disso, a necessidade de boa
consciência torna-se imperativa. Geralmente, ela se manifesta sob a forma de
"soft power", sem conflito com os interesses nacionais do país:
julgam-se os governantes dos países mais pobres pelos padrões de avanço
cultural e político dos países ricos; e, com base nesse julgamento, criticam
duramente como "autoritários" e "populistas" os governantes
que ousam ser nacionalistas e estabelecer limites aos interesses de suas
multinacionais.
Enquanto isso os ditadores amigos são
amavelmente esquecidos.
Sob essa forma, a boa consciência
coincide com a lógica da dominação. Ela expressa os valores da democracia ao
mesmo tempo em que atende a interesses considerados nacionais.
Mas há momentos em que coisa não é tão
simples. Que é preciso pensar em termos dialéticos.
Dado que os cidadãos dos países ricos
são exigentes em termos de princípios democráticos e de direitos humanos,
políticos oportunistas aproveitam alguns momentos para apaziguar a boa
consciência dos seus cidadãos com atos "heroicos". É o que acontece
com o reconhecimento de genocídio dos armênios.
Nesse caso, o preço da boa consciência é
uma decisão que não serve à Armênia, ofende a Turquia e não interessa à França.
Mas apazigua consciências culpadas.
domingo, 29 de janeiro de 2012
Reflexões à margem do Sena.
Gosto de ler os artigos do Luiz Carlos
Mendonça de Barros, principalmente estes com tom intimista, porém, como sempre,
bem econômicos.
Sempre que posso venho a Paris ainda no
inverno, quando a cidade está mais livre das multidões de turistas e o viajante
pode se sentir um pouco mais habitante desta cidade que realmente amo muito.
Meu espaço vital preferencial é sempre o
Quartier Latin e suas pequenas ruas com traços ainda de uma Paris que sei que
não existe mais. Longe de BlackBerries e iPads fica mais fácil -por incrível
que pareça ao meu leitor da Folha- seguir os acontecimentos políticos e
econômicos neste mundo em crise.
A internet e o dia a dia dos mercados
financeiros, com suas informações minuto a minuto, levam-nos na maioria das
vezes a análises superficiais e ditadas pela mídia na sua busca do imediato.
Nesta minha viagem fico restrito à
leitura dos jornais tradicionais-aqui em Paris eles estão em todos os milhares
de bancas de jornais espalhadas pela cidade-, sentado em uma mesa do Café de
Flore, meu favorito entre os que existem no velho Quartier.
Apesar de 24 horas atrasado em relação
aos mercados, a leitura de comentários e artigos sobre a crise europeia me
colocam à frente no entendimento dos reais desafios enfrentados pelo euro.
Afinal, Paris sempre foi um dos centros
mais importantes dessa região tão antiga e cheia de história que é a Europa e o
"estar presente nos acontecimentos" ajuda muito o analista em sua
busca.
O que tem escapado a muitos analistas é
a profundidade e o escopo da experiência da Europa unida vivida depois do
Tratado de Maastrich, que criou o euro. Esse foi apenas o último passo de uma
longa marcha, iniciada em 1950 com a criação do tratado sobre a indústria de
aço na Europa continental.
Com os traumas e sofrimentos trazidos
pela Segunda Guerra Mundial ainda vivos e presentes em várias sociedades, as
lideranças políticas de então iniciaram um ambicioso projeto político -e não
apenas econômico- para evitar um novo conflito armado. Com um senso de realismo
que faltou a Mitterrand e Kohl -os pais do euro-, começaram um projeto de
cooperação centrado nas grandes potências da Europa, que eram a França e a
Alemanha.
Foram pequenos passos na direção de uma
integração possível e sólida, valores que foram abandonados depois que a queda
do Muro de Berlim trouxe um sentimento de euforia e soberba aos líderes
políticos de então.
Por isso o que está hoje em jogo são 60
anos de caminhar juntos no objetivo de evitar um novo período de caos e
sofrimentos. E a grande maioria da opinião pública nos países envolvidos ainda
sabe disso e não quer voltar ao estágio anterior.
Essa é a questão que escapa aos mercados
e à mídia -principalmente na Inglaterra- quando pregam aos quatro ventos a
inevitabilidade do abandono do euro e a volta da dominância das realidades
nacionais no arranjo institucional no espaço europeu.
Isso não vai acontecer mesmo que o custo
de reconstruir um euro mais realista e funcional seja elevado e obrigue a um
esforço conjunto no espaço de dois ou três anos.
O que deve acontecer é uma volta atrás e
a busca de regras que incorporem o fato de que, apesar de unidas em um espaço
monetário comum, as nações ainda existem com seus valores culturais e
individuais.
E o desenho dessa retirada ordenada em
busca de uma união estável, mais realista, ainda não está pronto.
Não por outra razão, a primeira-ministra
alemã, em um discurso ontem no encontro de Davos, pediu a confiança dos
mercados para que esse novo desenho seja encontrado e implementado ao longo dos
próximos meses. Em seu realismo germânico, -corretamente- disse que não existe
a solução rápida e única exigida pelos mercados.
E a reação parece ter sido positiva,
pois as medidas de risco associadas aos títulos de dívida soberana dos países
mais afetados -Itália e Espanha principalmente- recuaram, apesar de a tragédia
grega ainda estar em seu auge.
Continuo a confiar que, desafiada pelo
fim de um sonho político real que esteve tão perto de ser alcançado, a
liderança política da Europa vá ter sucesso nessa sua busca.
sábado, 28 de janeiro de 2012
Colesterol e desigualdade.
Moisés Naím, hoje na FOLHA DE S. PAULO, escreve que “existe 'desigualdade
boa' e 'ruim', e o truque consiste em conter a segunda no nível mais baixo
possível”.
O principal tema político de 2012 será a desigualdade. Neste ano,
haverá eleições em países que concentram 50% da economia mundial. E, em todos
eles, os protestos contra a desigualdade e as promessas de reduzi-la fizeram
parte do debate.
A desigualdade não é nova. O que é novo é a intolerância em
relação a ela. As grandes maiorias nos países mais ricos, alquebradas por
desemprego e austeridade, começaram a interessar-se pela distribuição de renda
e pela riqueza. E o interesse pelo tema se globalizou. Por muito tempo o mundo
viveu em coexistência pacífica com a desigualdade (com ocasionais revoluções
que interromperam a coexistência).
Isso está mudando. Em todo lugar, a ideia de que a luta contra a
desigualdade é inútil ou desnecessária tornou-se indefensável. Aceita-se que
será certamente difícil alterar a distribuição desigual da riqueza, mas já não
está tão fácil quanto antes ignorar o assunto ou defender a ideia de que não é
preciso fazer nada a respeito disso.
A atenção voltada aos "1%" mais ricos tornou-se
obsessiva. Manchetes como a do "Los Angeles Times", "os seis
herdeiros da Wal-Mart são mais ricos que a soma dos 30% dos americanos com
renda mais baixa", são bom exemplo dessa tendência, assim como o fato de
os mais acirrados expoentes da direita radical dos EUA atacarem Mitt Romney por
ser rico e pagar poucos impostos.
Nem todos criticam a riqueza. Jamie Dimon, presidente do JPMorgan
Chase, declarou exasperado: "Não entendo nem aceito essa coisa de criticar
o sucesso ou agir como se todos os bem-sucedidos fossem maus". A
perplexidade de Dimon é baseada na suposição de que riqueza é o modo como a
sociedade estimula e premia inovação, talento e esforço. Quem é rico merece
sê-lo.
Mas nem sempre. Grandes riquezas também podem ser fruto de
corrupção, discriminação ou monopólios. Na lista dos mais ricos do mundo, há
muitos milhares de milionários que chegaram a isso mais graças ao Estado do que
ao mercado.
Por isso os estudiosos da desigualdade costumam compará-la ao
colesterol: existe desigualdade boa e ruim, e o truque consiste em incentivar a
boa enquanto a ruim é contida no nível mais baixo possível.
E aí está o risco: como reduzir a desigualdade sem desestimular
outros objetivos (investimento, inovação, tomada de riscos, esforços,
produtividade). Sabemos que alcançar uma sociedade mais igualitária foi o
objetivo de inúmeros experimentos que causaram mais desigualdade, pobreza,
atraso, perda de liberdades e até mesmo genocídios.
Mas a desigualdade econômica em alto grau é prejudicial à saúde de
um país: acarreta instabilidade política maior, mais violência e também
prejudica a competitividade e, no longo prazo, o crescimento.
Neste ano veremos inúmeras propostas para corrigir as disparidades
econômicas. Algumas serão velhas -e provavelmente más- ideias apresentadas como
novas. Mas com certeza aparecerão algumas novas e muito boas. Para os eleitores
e outros que possam influir sobre quais são adotadas e quais são rejeitadas, o
desafio será aprender com a história. E, como sabemos, não repetir os erros do
passado costuma ser mais difícil do que parece.
quinta-feira, 26 de janeiro de 2012
Capitalismo - Martin Wolf - Financial Times
Uma crise, já se disse, "é uma
coisa terrível de se desperdiçar". O capitalismo sempre mudou. O sistema
precisa mudar agora para que possa sobreviver e prosperar. Precisamos encontrar
as reformas práticas específicas dentro do capitalismo e rever o referencial em
que atua.
Mas capitalismo precisa continuar sendo
capitalismo. É extremamente imperfeito. Mas também somos imperfeitos. O
capitalismo continua sendo um sistema econômico excepcionalmente flexível, ágil
e inovador. Pode estar "em crise" agora. Mas continua sendo uma das
invenções mais brilhantes da humanidade. É a base da prosperidade que tantos
hoje desfrutam e a que muitos mais aspiram. Está transformando a vida de
bilhões de pessoas. Esforcemo-nos para torná-lo melhor
quarta-feira, 25 de janeiro de 2012
A cidade mais interessante do Brasil.
Parabéns São Paulo – 25.1.2012 -
Não é bairrismo. É um fato: São Paulo é, de
longe, a cidade mais interessante do Brasil. E, por reunir tanta gente de
tantos lugares diferentes, a mais brasileira. Ou seja, não é uma cidade de
paulistanos.
Não é agradável, bonita, segura. Nem
civilizada. Basta ver suas calçadas, a poluição, a sujeira, o trânsito. A lista
de mazelas é interminável.
Mesmo assim, somos o centro nervoso do
capital humano brasileiro. Ninguém consegue ter um projeto importante no Brasil
se não morar aqui. Ou se não tiver um pé aqui. Pode tentar, dificilmente vai
conseguir.
Por causa disso, é a cidade que reúne gente
criativa, sempre com um projeto na cabeça --e também por isso provoca admiração
e inveja em tanta gente. Quem conhece a cidade além dos chavões, mas viaja por
suas entranhas, descobre a cada dia, em meio ao caos, uma energia
extraordinária. Quase uma resistência de guerrilha.
A única vocação que nos sobrou é justamente
essa (e melhor): ser a cidade mais interessante do Brasil. E conseguimos isso
muito menos por causa dos governos, mas desse DNA empreendedor de uma
comunidade, feita pela diversidade.
Gilberto Dimenstein ganhou os
principais prêmios destinados a jornalistas e escritores. Integra uma
incubadora de projetos de Harvard (Advanced Leadership Initiative). Em
colaboração com o Media Lab, do MIT, desenvolve em São Paulo um
laboratório
de comunicação comunitária. É morador da Vila Madalena.
terça-feira, 24 de janeiro de 2012
Economia no Oscar 2012.
Veja a lista de indicados.
Depois veja se encontra o seu favorito.
E curta um bom filme nesta noite de inverno paraense.
MELHOR FILME - 2012
"O Artista"
"Os Descendentes"
"Histórias Cruzadas"
"A Invenção de Hugo Cabret"
"Meia-Noite em Paris"
"O Homem que Mudou o Jogo"
"Cavalo de Guerra"
“A Árvore da Vida”
“Tão forte e Tão perto”
MELHOR DIREÇÃO
Martin Scorsese, "A Invenção de
Hugo Cabret"
Woody Allen, "Meia-Noite em
Paris"
Michel Hazanavicius, "O
Artista"
Alexander Payne, "Os
Descendentes"
Terrence Malick, "A Árvore da
Vida"
MELHOR ATOR
Demian Bichir, "A Better Life"
George Clooney, "Os
Descendentes"
Jean Dujardin, "O Artista"
Brad Pitt, "O Homem que Mudou o
Jogo"
Gary Oldman, “O Espião que Sabia Demais”
MELHOR ATRIZ
Glenn Close, "Albert Nobbs"
Viola Davis, "Histórias
Cruzadas"
Meryl Streep, "A Dama de
Ferro"
Michelle Williams,
"Sete Dias com Marilyn"
Rooney Mara , "Millennium - Os
Homens que Não Amavam as Mulheres"
MELHOR ATOR COADJUVANTE
Kenneth Branagh, "Sete Dias com
Marilyn"
Jonah Hill, "O Homem que Mudou o
Jogo"
Nick Nolte, "Guerreiro"
Christopher Plummer, "Toda Forma de
Amor"
Max von Sydow, “Tão Forte e Tão Perto”
MELHOR ATRIZ COADJUVANTE
Bérénice Bejo, "O Artista"
Jessica Chastain, "Histórias
Cruzadas"
Melissa McCarthy, "Missão Madrinha
de Casamento"
Janet Mcteer, "Albert Nobbs"
Octavia Spencer, "Histórias
Cruzadas"
MELHOR ROTEIRO ORIGINAL
"Meia-Noite em Paris" (Woody
Allen)
"Missão Madrinha de Casamento"
(Annie Mumolo e Kristen Wiig)
"O Artista" (Michel
Hazavanicius
“Margin Call - O Dia Antes do Fim” (J.C. Chandor)
“A Separação” (Asghar Farhadi )
MELHOR ROTEIRO ADAPTADO
"Os Descendentes" (Alexander
Payne, Nat Faxon e Jim Rash)
"A Invenção de Hugo Cabret"
(John Logan)
"O Homem que Mudou o Jogo"
(Steven Zaillian e Aaron Sorkin)
"Tudo pelo Poder" (George
Clooney, Grant Heslov, Beau Willimon)
"O Espião que Sabia Demais”
(Bridget O'Connor e Peter Straughan)
MELHOR FILME ESTRANGEIRO
"Bullhead" - Michael R. Roskam
(Bélgica)
"Monsieur Lazhar" - Philippe
Falardeau (Canadá)
"A Separação" - Asghar Farhadi
(Irã)
"Footnote"
- Joseph Cedar (Israel)
"In
Darkness" - Agnieszka Holland (Polônia)
MELHOR ANIMAÇÃO
“Um Gato em Paris”
“Chico e Rita”
“Kung Fu Panda 2”
“Gato de Botas”
“Rango”
DIREÇÃO DE ARTE
"O Artista" (design de
produção: Laurence Bennett; decoração do set: Robert Gould)
"Harry Potter e as Relíquias da
Morte - Parte 2" (design de produção: Stuart Craig; decoração do set:
Stephenie McMillan)
"A Invenção de Hugo Cabret"
(design de produção: Dante Ferretti; decoração do set: Francesca Lo Schiavo)
"Meia-Noite em Paris" (design
de produção: Anne Seibel; decoração do set: Hélène Dubreuil)
"Cavalo de Guerra" (design de
produção: Rick Carter; decoração do set: Lee Seales)
DIREÇÃO DE FOTOGRAFIA
"O Artista" (Guillaume
Schiffman)
"Millennium - Os Homens que Não
Amavam as Mulheres" (Jeff Cronenweth)
"A Invenção de Hugo Cabret"
(Robert Richardson)
"A Árvore da Vida" (Emmanuel
Lubezki)
"Cavalo de Guerra" (Janusz
Kaminski)
MELHOR FIGURINO
"Anonymous"
(Lisy Christl)
"O Artista" (Mark Bridges)
"A Invenção de Hugo Cabret"
(Sey Powell)
"Jane
Eyre" (Michael O'Connor)
"W.E."
(Arianne Phillips)
MELHOR DOCUMENTÁRIO
"Hell and Back
Again" (Danfung Dennis e Mike Lerner)
"If a Tree
Falls: A Story of the Earth Liberation Front" (Marshall Curry e Sam Cullman)
"Paradise Lost
3: Purgatory" (Charles Ferguson e Audrey Marrs)
"Pina"
(Wim Wenders e Gian-Piero Ringel)
"Undefeated"
(TJ Martin, Dan Lindsay e Richard Middlemas)
MELHOR DOCUMENTÁRIO
DE CURTA-METRAGEM
"The Barber of
Birmemgham: Foot Soldier of the Civil Rights Movement" (Robem Fryday e
Gail Dolgin)
"God Is the
Bigger Elvis" (Rebecca Cammisa e Julie Anderson)
"Incident in
New Baghdad" (James Spione)
"Saving
Face" (Daniel Junge e Sharmeen Obaid-Chemoy)
"The Tsunami
and the Cherry Blossom" (Lucy Walker e Kira Carstensen)
MELHOR EDIÇÃO
"O Artista" (Anne-Sophie Bion
e Michel Hazanavicius)
"Os Descendentes" (Kevin Tent)
"Millennium - Os Homens que Não
Amavam as Mulheres" (Kirk Baxter e Angus Wall)
"A Invenção de Hugo Cabret"
(Thelma Schoonmaker)
"O Homem que Mudou o Jogo"
(Christopher Tellefsen)
MELHOR MAQUIAGEM
"Albert
Nobbs" (Martial Corneville, Lynn Johnston e Matthew W. Mungle)
"Harry Potter e as Relíquias da
Morte - Parte 2" (Edouard F. Henriques, Gregory Funk e Yolea Toussieng)
"A Dama de Ferro" (Mark
Coulier e J. Roy Helle)
MELHOR TRILHA SONORA ORIGINAL
"As Aventuras de Tintim" (John
Williams)
"O Artista" (Ludovic Bource)
"A Invenção de Hugo Cabret"
(Howard Shore)
"O Espião que Sabia Demais"
(Alberto Iglesias)
"Cavalo de Guerra" (John Williams)
MELHOR CANÇÃO ORIGINAL
"Man or Muppet", de "Os
Muppets" - música e letra de Bret McKenzie
"Real in Rio", de
"Rio" - música de Sergio Mendes e Carlinhos Brown e letra de Siedah
Garrett
MELHOR CURTA-METRAGEM DE ANIMAÇÃO
"Dimanche/Sunday" (Patrick Doyon)
"The Fantastic
Flying Books of Mr. Morris Lessmore" (William Joyce e Breon Oldenburg)
"La Luna"
(Enrico Casarosa)
"A Morning
Stroll" (Grant Orchard e Sue Goffe)
"Wild
Life" (Amanda Forbis e Wendy Tilde)
MELHOR CURTA-METRAGEM
"Pentecost" (Peter McDonald e
Eimear O'Kane)
"Raju"
(Max Zähle e Stefan Gieren)
"The
Shore" (Terry George e Oorlagh George)
"Time
Freak" (Andrew Bowler e Gigi Causey)
"Tuba Atlantic" (Hallvar
Witzø)
EDIÇÃO DE SOM
"Drive"
(Lon Bender e Victor Ray Ennis)
"Millennium - Os Homens que Não
Amavam as Mulheres" (Ren Klyce)
"A Invenção de Hugo Cabret"
(Philip Stockton e Eugene Gearty)
"Transformers: O Lado Oculto da
Lua" (Ethan Van der Ryn e Erik Aadahl)
"Cavalo de Guerra" (Richard
Hymns e Gary Rydstrom)
MIXAGEM DE SOM
"Millennium - Os Homens que Não
Amavam as Mulheres" (David Parker, Michael Semanick, Ren Klyce e Bo
Persson)
"A Invenção de Hugo Cabret"
(Tom Fleischman e John Midgley)
"O Homem que Mudou o Jogo"
(Deb Adair, Ron Bochar, Dave Giammarco e Ed Novick)
"Transformers: O Lado Oculto da
Lua" (Greg P. Russell, Gary Summers, Jeffrey J. Haboush e Peter J. Devlin)
"Cavalo de Guerra" (Gary
Rydstrom, Andy Nelson, Tom Johnson e Stuart Wilson)
EFEITOS VISUAIS
"Harry Potter e as Relíquias da
Morte - Parte 2" (Tim Burke, David Vickery, Greg Butler e John Richardson)
"A Invenção de Hugo Cabret"
(Rob Legato, Joss Williams, Ben Grossman e Alex Hennemg)
"Gigantes de Aço" (Erik Nash,
John Rosengrant, Dan Taylor e Swen Gillberg)
"Planeta dos
Macacos: A Origem" (Joe Letteri, Dan Lemmon, R. Christopher White e Daniel
Barrett)
"Transformers:
O Lado Oculto da Lua" (Scott Farrar, Scott Benza, Matthew Butler e John
Frazier)
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